Amazônia – Por um sopro de vida
8 de fevereiro de 2021
Nos últimos dias de janeiro o Brasil chegou à triste marca de 220.000 vítimas da Covid-19. É o país com o segundo maior número de óbitos causados pela pandemia. Neste cenário, a região amazônica, chamada muitas vezes de “pulmão do mundo”, ironicamente sofre a falta de algo muito básico para a vida: oxigênio.
Além das tristes imagens dos hospitais lotados e velórios às pressas com poucos parentes, uma tragédia maior aconteceu: com a falta de oxigênio em Manaus as pessoas deixavam seus parentes sozinhos nos hospitais e saíam desesperados em busca de um cilindro desse gás essencial para os internados por conta do coronavírus. Para isso utilizavam suas economias e, não raramente, se endividaram com empréstimos para cobrir os altos custos e garantir assim mais algumas horas de vida para seus entes queridos.
Familiares relataram que chegaram a pagar cerca de 6.000 reais para garantir mais 3 horas de oxigênio, ou seja, mais 3 horas de vida. Apesar de todo o esforço, em menos de uma semana mais de 50 pacientes morreram asfixiados por causa da falta de oxigênio neste estado brasileiro. Outros no entanto morreram por falta de leitos de UTI e outros ainda por não conseguirem transferência para outros hospitais.
Aumento de 700% nos casos
No total, 2.195 pessoas morreram de Covid em Manaus apenas no mês de janeiro, um aumento de mais de 700% em comparação com dezembro de 2020. Contudo, o colapso da saúde ainda não está solucionado. Mesmo hoje, mais de 600 pessoas com Covid aguardam por um leito de hospital no estado e também o estoque de oxigênio continua no limite.
O problema começou a atingir os demais municípios do Amazonas e até mesmo outros estados do norte do Brasil, onde também pessoas morreram asfixiadas por conta da falta de oxigênio. À ACN, Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, diz que está em contato com os demais bispos em um trabalho de constante ajuda oferecido pela Igreja em uma região onde as estradas são os rios: “É possível saber das necessidades maiores e ver como podemos nos apoiar e ajudar. A maior dificuldade são as distâncias, o acesso a hospitais que possam assistir os doentes mais graves. Hoje conseguimos enviar oxigênio para várias cidades, foi um ajuda muito grande. Estamos em busca agora de mini usinas de oxigênio, o que resolveria vários problemas.”
Dom Leonardo lembra ainda que o colapso do sistema de saúde do Amazonas trouxe um outro agravante: “O número de pobres aumentou, e a dificuldade de oferecer alimentação aos irmãos e irmãs que vivem nas nossas ruas também aumentou”. Em resposta às necessidades atuais, a Igreja local intensificou seu serviço aos que moram nas ruas. Entretanto Dom Leonardo diz que “com o aumento da necessidade de atender aos irmãos e às irmãs mais carentes, especialmente no que diz respeito à alimentação, estamos na busca de recursos. Mesmo passada essa segunda onda teremos muito mais pobres que no momento. Tivemos também o óbito de três sacerdotes e muitos dos membros das nossas comunidades.”
ACN oferece ajuda
A ACN se ofereceu para apoiar a Igreja na região amazônica. “Oferecemos ajuda a várias dioceses dessas regiões e esperamos dar uma resposta concreta à crise atual. Enquanto isso, seguimos ajudando a Igreja no Brasil a continuar com sua missão de levar apoio espiritual e material aos mais necessitados durante a pandemia”, explica Rafael D’Aqui, responsável pelos projetos da ACN no Brasil. “Em 2020, centenas de projetos permitiram a sacerdotes, religiosos e missionários realizar um trabalho heroico, sempre respeitando os protocolos sanitários. A Fundação Pontifícia conta, mais uma vez, com seus benfeitores para ajudar aqueles que mais sofrem”. Faça você também sua doação!
Dom Leonardo agradece a solidariedade de tantos: “É gratificante ler as mensagens de esperança recebidas de muitas pessoas; desperta ânimo sentir a presença do Papa Francisco com sua palavra e auxílio generoso; é tão bom perceber a Igreja no Brasil e no mundo ao nosso lado com palavras e gestos de doação. A própria pandemia nos leva a meditar o valor da vida, a transitoriedade das coisas, a essência da nossa existência, a beleza e a alegria do Evangelho. É no momento da dor e da tristeza que nos sentimos ainda mais família e próximos uns dos outros. Deus está tão presente entre nós; é palpável.”
Nos últimos dias de janeiro o Brasil chegou à triste marca de 220.000 vítimas da Covid-19. É o país com o segundo maior número de óbitos causados pela pandemia. Neste cenário, a região amazônica, chamada muitas vezes de “pulmão do mundo”, ironicamente sofre a falta de algo muito básico para a vida: oxigênio.
Além das tristes imagens dos hospitais lotados e velórios às pressas com poucos parentes, uma tragédia maior aconteceu: com a falta de oxigênio em Manaus as pessoas deixavam seus parentes sozinhos nos hospitais e saíam desesperados em busca de um cilindro desse gás essencial para os internados por conta do coronavírus. Para isso utilizavam suas economias e, não raramente, se endividaram com empréstimos para cobrir os altos custos e garantir assim mais algumas horas de vida para seus entes queridos.
Familiares relataram que chegaram a pagar cerca de 6.000 reais para garantir mais 3 horas de oxigênio, ou seja, mais 3 horas de vida. Apesar de todo o esforço, em menos de uma semana mais de 50 pacientes morreram asfixiados por causa da falta de oxigênio neste estado brasileiro. Outros no entanto morreram por falta de leitos de UTI e outros ainda por não conseguirem transferência para outros hospitais.
Aumento de 700% nos casos
No total, 2.195 pessoas morreram de Covid em Manaus apenas no mês de janeiro, um aumento de mais de 700% em comparação com dezembro de 2020. Contudo, o colapso da saúde ainda não está solucionado. Mesmo hoje, mais de 600 pessoas com Covid aguardam por um leito de hospital no estado e também o estoque de oxigênio continua no limite.
O problema começou a atingir os demais municípios do Amazonas e até mesmo outros estados do norte do Brasil, onde também pessoas morreram asfixiadas por conta da falta de oxigênio. À ACN, Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, diz que está em contato com os demais bispos em um trabalho de constante ajuda oferecido pela Igreja em uma região onde as estradas são os rios: “É possível saber das necessidades maiores e ver como podemos nos apoiar e ajudar. A maior dificuldade são as distâncias, o acesso a hospitais que possam assistir os doentes mais graves. Hoje conseguimos enviar oxigênio para várias cidades, foi um ajuda muito grande. Estamos em busca agora de mini usinas de oxigênio, o que resolveria vários problemas.”
Dom Leonardo lembra ainda que o colapso do sistema de saúde do Amazonas trouxe um outro agravante: “O número de pobres aumentou, e a dificuldade de oferecer alimentação aos irmãos e irmãs que vivem nas nossas ruas também aumentou”. Em resposta às necessidades atuais, a Igreja local intensificou seu serviço aos que moram nas ruas. Entretanto Dom Leonardo diz que “com o aumento da necessidade de atender aos irmãos e às irmãs mais carentes, especialmente no que diz respeito à alimentação, estamos na busca de recursos. Mesmo passada essa segunda onda teremos muito mais pobres que no momento. Tivemos também o óbito de três sacerdotes e muitos dos membros das nossas comunidades.”
ACN oferece ajuda
A ACN se ofereceu para apoiar a Igreja na região amazônica. “Oferecemos ajuda a várias dioceses dessas regiões e esperamos dar uma resposta concreta à crise atual. Enquanto isso, seguimos ajudando a Igreja no Brasil a continuar com sua missão de levar apoio espiritual e material aos mais necessitados durante a pandemia”, explica Rafael D’Aqui, responsável pelos projetos da ACN no Brasil. “Em 2020, centenas de projetos permitiram a sacerdotes, religiosos e missionários realizar um trabalho heroico, sempre respeitando os protocolos sanitários. A Fundação Pontifícia conta, mais uma vez, com seus benfeitores para ajudar aqueles que mais sofrem”. Faça você também sua doação!
Dom Leonardo agradece a solidariedade de tantos: “É gratificante ler as mensagens de esperança recebidas de muitas pessoas; desperta ânimo sentir a presença do Papa Francisco com sua palavra e auxílio generoso; é tão bom perceber a Igreja no Brasil e no mundo ao nosso lado com palavras e gestos de doação. A própria pandemia nos leva a meditar o valor da vida, a transitoriedade das coisas, a essência da nossa existência, a beleza e a alegria do Evangelho. É no momento da dor e da tristeza que nos sentimos ainda mais família e próximos uns dos outros. Deus está tão presente entre nós; é palpável.”
É comovente sentir a presença da Igreja, na pessoa do bispo, dos sacerdotes, das religiosas e dos leigos consagrados. Que alegria; sinto a presença de Deus em tudo.