O Papa Francisco convocou um dia mundial de oração e jejum pelo Líbano na Audiência Geral da última quarta-feira (2 de setembro). A “querida população do Líbano” voltou a merecer a atenção do Papa na primeira Audiência Geral realizada com a presença de público desde março.
Francisco dedicou quase que uma “segunda catequese” à situação vivida no Líbano. A profunda crise sócio-política-econômica foi agravada pela catastrófica explosão no porto de Beirute no início de agosto. E, recordando as palavras pronunciadas por São João Paulo II há 30 anos, afirmou:
“Diante das repetidas tragédias que cada um dos habitantes desta terra conhece, tomemos consciência do extremo perigo que ameaça a própria existência do país. O Líbano não pode ser abandonado em sua solidão.”
O Líbano é uma mensagem de liberdade
O Pontífice observou que “por mais de cem anos, o Líbano foi um país de esperança”, e que os libaneses “conservaram sua fé em Deus e demonstraram a capacidade de fazer de sua terra um lugar de tolerância, de respeito, de convivência, único na região”:
“A afirmação de que o Líbano representa algo mais do que um Estado é profundamente verdadeira: o Líbano é uma mensagem de liberdade, é um exemplo de pluralismo tanto para o Oriente como para o Ocidente. Pelo bem do próprio país, mas também do mundo, não podemos permitir que este patrimônio se perca.”
Ao povo libanês, o Santo Padre encoraja a perseverar na esperança e a encontrar energia para recomeçar. Aos políticos e aos líderes religiosos, pede para olharem para o bem comum e de se esforçarem com sinceridade e transparência na obra de reconstrução.
Fé e oração
Um apelo também é dirigido à comunidade internacional, para que ajude o país a sair desta grave crise. Já aos habitantes de Beirute, exorta a recobrarem a coragem:
“Que a fé e a oração sejam a vossa força. Não abandonem suas casas e sua herança, não deixem cair o sonho daqueles que acreditaram no futuro de um país belo e próspero.”
Dar o exemplo e viver a pobreza, ao lado da população
O Papa fez ainda um chamado aos sacerdotes, religiosos e religiosas da Igreja local, para que estejam próximos de seu povo, sendo os primeiros a dar exemplo de pobreza e humildade, “agentes de concórdia” e de “uma verdadeira cultura do encontro”. “Nada de luxo, vivam na pobreza com vosso povo. Sejam exemplo!”, pediu aos sacerdotes. “Somente olhando para o interesse comum”, continua o Papa, será possível “assegurar a continuidade da presença cristã e a sua inestimável contribuição ao país, ao mundo árabe e a toda a região, num espírito de fraternidade entre todas as tradições religiosas que existem no Líbano”.
Papa Pede oração pelo Líbano
Então, o Papa fez a convocação de um dia de oração pelo Líbano, iniciativa muito aplaudida pelos presentes:
“Gostaria de convidar a todos a viver um dia universal de oração e jejum pelo Líbano, na próxima sexta-feira, 4 de setembro. Tenho a intenção de enviar o meu representante ao Líbano naquele dia para acompanhar a população. Nesse dia, o secretário de Estado irá em meu nome. E ele irá, para expressar minha proximidade e solidariedade. Ofereçamos nossas orações por todo o Líbano e por Beirute. Estamos próximos também com o compromisso concreto da caridade, como em outras ocasiões semelhantes. Convido também os irmãos e irmãs de outras confissões e tradições religiosas a se unirem a esta iniciativa nas modalidades que considerarem mais adequada, mas todos juntos.”
O agradecimento do sacerdote libanês
“Obrigado, Santidade. Precisamos muito do seu apoio e do apoio da Igreja para dizer: ‘Não podemos continuar a viver assim no Líbano’. Até agora, mais de trezentos mil cristãos apresentaram seus documentos para a emigração. Precisamos de sua oração, de seu apoio e de seu amor fraternal. E o esperamos para abençoar nossa amada terra. Obrigado Santidade. Muito obrigado.”
Ao final, o Papa pediu a intercessão da Virgem Maria e convidou a todos para se levantarem para um momento de oração silenciosa pelo Líbano.
ACN ajuda as vítimas da explosão no Líbano
Assim que a ACN soube da explosão no Líbano, foi pensado a melhor forma de ajudar urgentemente as vítimas dessa tragédia. Além de assegurar a oração pelas vítimas e suas famílias, a ACN se compromete a ajudar os que mais sofrem neste momento. Sobretudo, a ACN está socorrendo 5.000 famílias que necessitam do básico para sobreviver. Como sempre, a ACN conta com as doações de todos aqueles que desejam ajudar. Para realizar a sua doação, basta clicar aqui.
Visite também a página especial que a ACN criou sobre a ajuda emergencial para o Líbano.
Com informações da Vatican News