“A Igreja no Egito se fortaleceu com o assassinato de nossos irmãos na Líbia.” Estas foram as palavras do bispo católico copta de Sohag no Egito, D. Youssef Aboul-Kheir, para a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

O bispo explicou que – “a perseguição faz parte da vida da Igreja. O sangue dos mártires é semente para a Igreja. Na Europa a Igreja é livre. Mas nós temos de enfrentar muitos obstáculos. Porém, qual destas Igrejas é mais forte?” Os trabalhadores imigrantes assassinados na Líbia pela milícia terrorista do Estado Islâmico (EI) são mártires genuínos, disse o líder religioso: “Eles sofreram uma morte santa, com orações em seus lábios. Eles foram para a morte tal qual os primeiros cristãos”.

O bispo deu ênfase ao fato que muitos conhecidos muçulmanos lhe telefonaram logo depois que a morte dos cristãos na Líbia foi anunciada. “Eles me disseram que este é um problema deles e não nosso. Foi o Egito e foram egípcios que foram atacados, além deles serem cristãos”. Os terroristas tinham a intenção de forçar um afastamento entre cristãos e muçulmanos, disse o bispo Dom Aboul. “Mas o plano deles não funcionou. Aconteceu o contrário. Muitos muçulmanos ficaram furiosos com os assassinatos. O presidente do Egito, Sisi, visitou o líder da Igreja Copta para transmitir suas condolências. E o presidente viajou para a cidades dos assassinados para consolar as famílias. Como se vê, o ataque uniu os egípcios.

Dom Aboul admitiu, porém, que tem receio dos extremistas no Egito – “Tenho medo dos salafitas (muçulmanos radicais) em nosso país. Eles falam com língua de cobra. A Irmandade Muçulmana é contra a nossa sociedade. Assim, há um perigo interno dentro do Egito”. Como as eleições parlamentares irão ocorrer logo, D. Aboul está preocupado que candidatos extremistas sejam eleitos. “Isso pode ocorrer porque muitos candidatos não são conhecidos pela população”.

Será importante que o próximo parlamento resolva o problema urgente da licença para a construção de igrejas, que até agora tem sofrido todo tipo de restrições. “É crucial que os cristãos possam finalmente viver como cidadãos iguais”, explicou Dom Aboul. É preciso haver também uma mudança no pensamento religioso das principais autoridades muçulmanas. “A Universidade Al-Azhar é considerada moderada. Mas, de fato, há muitas coisas em seus ensinamentos e programas que não tem nada de moderado. Por exemplo, ela justifica o uso da força contra muçulmanos que deixaram sua religião. Isso está em contradição com opiniões moderadas. A Al-Azhar precisa corrigir seus programas”, explicou o bispo.

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