Já faz semanas que ninguém mais consegue sair de Homs (Síria). Quem se dedica aos últimos cristãos que vivem enclausurados em Homs é o Padre Frans van der Lugt, SJ.

Eles vivem num antigo convento. Os mantimentos são escassos, faltam remédios. A toda hora falta energia elétrica. O aquecimento não funciona mais. Pão é coisa rara. São 89 pessoas que procuram sobreviver no antigo convento. Quem conseguiu sair antes do inverno, fugiu da cidade. Quem persiste em Homs, como o Padre Frans e os 89, vive face a face com o martírio. “Nós não ficamos pensando no martírio”, diz o padre, quando se consegue falar com ele por telefone; “nós tentamos achar soluções para as necessidades mais urgentes”.

Antes disso, muitos cristãos foram expulsos de suas casas. Um bom número foi parar em Al Qusair, um lugar a cerca de 30 quilômetros da cidade. Até há poucos meses, cristãos de Homs, portadores de deficiência, assistidos com muito amor, ainda trabalhavam ali, na agricultura. Até o último verão, a atividade ainda oferecia a essas pessoas trabalho e alimento; agora vivem ali os banidos de Homs. Al Qusair tornou-se um campo de perseguidos e degredados. Cerca de 200 famílias vivem aqui a duras penas. Mesmo se pudessem, não voltariam agora às suas casas. O medo e o horror marcaram-nos demais.

Com ajudas emergenciais, a AIS colaborou para tornar possível durante alguns meses a sobrevivência das famílias cristãs refugiadase dos cristãos remanescentes em Homs, Alepo e Damasco. E não foram só os alimentos e os remédios que ajudaram. O bispo Antoine Audo, de Alepo, lhes agradece, porque os donativos “ajudam a nós cristãos na Síria a permanecermos erguidos em dignidade e a nos fazer sentir que não estamos sós, mas que nossos irmãos e irmãs nos compreendem e nos amam com os fatos”. Eles estavam abatidos e eram perseguidos; e vocês não só lhes deram de beber e de comer, mas lhes fizeram experimentar o amor de Deus.

Os mantimentos racionados estão no fim. Enquanto os refugiados muçulmanos são sustentados por Estados árabes, para os refugiados cristãos a grande esperança é a Igreja. Eles preferem não ser atendidos e registrados por organizações de ajuda, porque temem que seus dados sejam repassados, com futuras represálias. Porque a maioria quer mesmo voltar, um dia. A Síria é sua pátria há séculos. É lá que querem viver, mesmo que suas casas tenham sido incendiadas ou saqueadas. No momento, o programa de reconstrução de casas destruídas foi interrompido, pois a situação é insegura demais e a questão primeira agora é a sobrevivência. Muitos refugiados escaparam de Damasco para Alepo e de lá para outros campos. Sem a ajuda de vocês eles dificilmente encontrarão a paz, quanto mais um recomeço.

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