Territórios inteiros de uma região no Sudão do Sul foram abandonados pela população local, que fugiu para salvar suas vidas após um ataque brutal realizado pelas forças rebeldes de Riek Machar, ex-vice-presidente do Sudão do Sul. Quem afirmou isso foi o bispo Dom Roko Taban, Administrador Apostólico de Malakal, uma das áreas evacuadas em massa.

Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), no dia 13 de março, Dom Taban disse: “Perdemos tudo. Muitas das nossas igrejas, casas e lugares públicos foram arrasados e saqueados. Nossa diocese foi completamente destruída. Todos os documentos se foram. Não temos nada”.

Dom Taban informou que os sacerdotes e as irmãs diocesanas fugiram para o sul, também desesperados para escapar da violência, que, como ele ressaltou, continuam apesar do cessar-fogo em janeiro. Segundo ele, padres e irmãs se refugiaram em um seminário católico em Juba, capital do país, mas precisam de subsídios para comida, alojamento e medicamentos, bem como livros de oração básicos e paramentos para a Missa. Dom Taban contou ainda que os últimos quatro sacerdotes da diocese Malakal estavam esperando para ser retirados de lá naquele dia. Mas que sua preocupação maior ainda é com a população, que fugiu para vilarejos remotos.

Segundo fontes da Igreja Católica, 250.000 pessoas de Malakal estão em extrema necessidade e muitos tentam buscar asilo com a ONU. Além disso, há duas semanas, a própria ONU fez soar o alarme sobre o Sudão do Sul alertando que o país pode entrar em colapso antes do fim do ano, acrescentando que cerca de 900.000 foram deslocados desde que o conflito eclodiu em meados de dezembro.

Está previsto para hoje, 20 de março, a retomada das negociações de paz entre os rebeldes e o governo do Sudão do Sul, porém, a comunidade religiosa não pode esperar e, para responder ao apelo de Dom Taban, a Ajuda à Igreja que Sofre concedeu a eles ajuda monetária de subsistência. Que nossa fraternidade e oração cheguem a eles.

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