Em 2023, treze padres e um irmão religioso foram assassinados, sendo que metade das mortes não estava aparentemente relacionada à perseguição. Embora os sequestros de clérigos e religiosos tenham diminuído em comparação com 2022, as prisões aumentaram, representando uma preocupação significativa, especialmente na África.
Segundo a fundação pontifícia ACN, um total de 132 padres católicos e religiosos foram presos, sequestrados ou assassinados em 2023, um aumento em relação aos 124 casos confirmados em 2022. Vale ressaltar que o número real pode ser ainda maior, devido à dificuldade em obter informações confiáveis em alguns países.
Na Nicarágua e Belarus, regimes autoritários lideraram a detenção de padres e religiosos como forma de punir a Igreja por se manifestar contra injustiças e violações dos direitos humanos, ou simplesmente por tentar operar livremente.
46 clérigos sob custódia na Nicarágua em 2023
Durante 2023, 46 clérigos estiveram sob custódia na Nicarágua, incluindo dois bispos e quatro seminaristas. Muitos foram eventualmente libertados ou enviados para o exílio. Mas, uma repressão intensa em dezembro, resultou na prisão de 19 clérigos, incluindo o Bispo Isidoro de Carmen Mora Ortega de Siuna. Dois foram libertados, mas os outros 17, junto com o Bispo Rolando Alvarez, permanecem sob custódia.
Embora quase impossível provar as informações, os números da ACN indicam 20 casos de clérigos sob custódia em algum momento de 2023 na China. O número real pode ser maior ou menor, pois alguns podem ter sido liberados sem detalhes públicos.
Outro país que recorreu a prisões para silenciar padres é Belarus, onde pelo menos 10 foram detidos, com três ainda detidos no final do ano.
Na Ucrânia, padres ainda estão presos
Os padres Ivan Levitskyi e Bohdan Heleta, presos na Ucrânia em 2022 por forças russas, ainda não foram libertados. Na Índia, onde leis anti-conversão são usadas para impedir o trabalho de organizações católicas, pelo menos seis foram presos em 2023, todos libertados, embora alguns ainda enfrentem acusações.
Embora os sequestros tenham diminuído para 33 em 2023, em comparação com 54 em 2022, permanecem significativos. A Nigéria lidera com 28 casos, incluindo três religiosas. Outros países afetados incluem Haiti, Mali e Burkina Faso.
O número de assassinatos por perseguição religiosa é grande
Tragicamente, em 2023, 14 cristãos, incluindo 11 padres, um bispo, um irmão religioso e um seminarista, foram assassinados, uma redução em relação aos 18 casos de 2022. Sete ocorreram em circunstâncias não diretamente relacionadas à perseguição, incluindo casos nos EUA, Colômbia, México, Camarões, Burkina Faso e Nigéria.
Dos sete óbitos diretamente relacionados à perseguição, a Nigéria lidera com três casos. O padre Isaac Achi e o seminarista Na'aman Danlami foram brutalmente assassinados em janeiro e setembro, respectivamente. Outros assassinatos foram classificados como perseguição, embora os motivos fossem pouco claros.
O trabalho da ACN em rastrear casos de sequestros, assassinatos e prisões de clérigos e religiosos católicos continua pelo segundo ano. A instituição foca em prisões relacionadas à perseguição, não considerando casos de criminalidade comum ou membros de outras confissões.
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