Quando a milícia atacou a sua aldeia, eles entenderam que não havia tempo a perder. Eles pegaram seus filhos e correram para salvar suas vidas.

Vamos chamá-los de “família X” da Nigéria: o pai foi morto quando eles fugiam, a mãe e os filhos conseguiram chegar a um campo de refugiados. Entretanto, apesar do campo oferecer um certo grau de segurança, não se tem nunca o suficiente de qualquer coisa. Água, alimentação, cobertores, medicamentos e itens de higiene são escassos. Os refugiados estão tomados por um grande cansaço. Eles estão traumatizados. Eles viram membros de suas famílias serem mortos ou se perderam enquanto tentavam fugir. Eles não tem mais uma casa para onde possam retornar. A incerteza corrói como um rato faminto. Eles se perguntam todos os dias a mesma questão: “e agora?”

A família X representa incontáveis famílias de refugiados por todo o mundo, todas elas com histórias semelhantes para contar. Aproximadamente cerca de 51,2 milhões de pessoas estão atualmente em busca de um porto seguro. Eles vem da Nigéria, da Eritreia ou do Sudão do Sul, da Síria, Iraque ou Ucrânia. Eles estão fugindo da guerra, do terror, da repressão política e religiosa. Os seus perseguidores podem ter nomes diferentes, mas semeiam destruição sob a mesma máscara do ódio e da ilusão.

A organização terrorista islâmica Boko Haram tem devastado o norte da Nigéria e da República dos Camarões há seis anos. Cerca de 1,5 milhão de nigerianos estão procurando refúgio seguro dentro do país. Outras 136.405 pessoas fugiram para países vizinhos. A Ajuda à Igreja que Sofre está ajudando a população refugiada nas dioceses atingidas de Bamburi e Maiduguri, na Nigéria, com 45.000 euros e de Maroua-Mokolo nos Camarões com mais 14.900 euros. Na República Centro-Africana, as forças rebeldes do Seleka estão causando o caos. Ali, as comunidades lotadas de refugiados receberam 65.000 euros de ajuda.

No Sudão do Sul e na Eritreia, as pessoas estão fugindo tanto das rebeliões que continuam a surgir entre forças rebeldes como de repressões políticas e religiosas. Segundo a UNHCR (agência da ONU para refugiados), mais de 560.000 sul sudaneses estão em busca de refúgio. Muitos encontraram abrigo em campos de refugiados na Etiópia: desde 2014 a Ajuda à Igreja que Sofre tem ido em socorro deles com 66.000 euros. Os projetos para os refugiados da Eritreia foram financiados com 97.000 euros.

No Oriente Médio, a guerra e a organização terrorista Estado Islâmico fizeram com que centenas de milhares de sírios e iraquianos saíssem de suas terras e intensificou a onda de emigração destes países, que cresceu exponencialmente desde a Primavera Árabe que começou em 2011. A UNHCR calcula que há 6,6 milhões de refugiados do Iraque e quase 4 milhões refugiados sírios registrados.  Muitos deles fugiram para países vizinhos como a Turquia, o Líbano e a Jordânia. Desde 2014 a Ajuda à Igreja que Sofre já doou 7,2 milhões de euros para cuidados pastorais e de caridade para os refugiados do Iraque e mais 4,3 milhões de euros – a maior parte em ajuda de emergência – para refugiados sírios dentro e fora do país.

A Faixa de Gaza permanece num constante e triste estado de agitação. A Ajuda à Igreja que Sofre doou 15.000 euros em 2015 para assegurar assistência médica para os refugiados cristãos desta região.

Durante o ano passado, a AIS doou cerca de 40.000 euros para a Ucrânia a fim de financiar alimentação e prover ajuda médica para as pessoas que fogem da Crimeia e cerca de 60.000 euros para dar aos refugiados acesso à ajuda pastoral.

Desde a sua fundação, os refugiados sempre foram uma preocupação para a Ajuda à Igreja que Sofre. Este ainda hoje é o caso.

Através de seus projetos de ajuda aos refugiados, a Ajuda à Igreja que Sofre mantém vivo o legado de seu fundador, o Pe. Werenfried van Straaten. Ele reconheceu a desgraça dos refugiados alemães após a II Guerra Mundial e apelou aos seus compatriotas flamengos para fazerem doações. Em sua primeira e evocativa carta de pedido, ele escreveu:

“Muitos de nós estamos aquecidos; muitos de nós estamos bem. Temos uma residência, janelas de vidro para nos proteger do frio. Apesar da escassez de alimentos e de outras coisas que prevalecem devido ao período do pós-guerra e apesar dos preços exorbitantes, há muito poucas coisas que nos fazem falta. Mas nós chegamos a pensar no fato de que lá fora há milhares de Marias e Josés que procuram seu caminho pela Europa? De que Cristo está chorando no rosto dos pobres, dos sem teto, dos refugiados, dos famintos, dos sedentos, dos encarcerados, dos doentes e de todos aqueles que Ele chamou de “o menor dos meus” e em cuja miséria Ele escondeu sua forma encarnada?”

Uma organização de ajuda nasceu desta missão. A organização pontifícia de caridade Ajuda à Igreja que Sofre se desenvolveu a partir das primeiras campanhas de levantamento de fundos do Pe. Wrenfried e agora ela conta com seus benfeitores em 21 países. Em 2014 ela apoiou 5.000 projetos da Igreja em todo o mundo e recebeu doações num total de 100 milhões de euros. Apenas de janeiro de 2014 até hoje (junho de 2015), a organização de ajuda investiu mais de 10 milhões de euros em projetos para refugiados.

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