A nossa existência é um dom – essa é uma das verdades fundamentais do ser humano. Tudo é um presente de Deus, que recebemos sem ter feito nada para merecer. Não somos uma necessidade da natureza ou mero acaso, mas criaturas desejadas por Deus. Ainda mais: somos livres para
aceitar ou rejeitar esse dom de Deus. No entanto, a aceitação, no sentido mais profundo, significa gratidão.

Se estivermos pouco conscientes desta verdade, dificilmente seremos gratos pelas coisas do dia a dia e a insatisfação ganhará o espaço da alegria. Em certa ocasião, quando perguntaram a um velho padre, que sempre irradiava uma alegria incomum, qual era o segredo de sua felicidade, ele disse: “Eu tenho 95 anos de idade e, quando eu era pequenininho, ficava triste ao ver que as pessoas reclamavam por tudo, aparentemente sem motivo. Isso me chocava. Sentia que Deus também ficava triste com isso. Então eu fiz um acordo com Deus e lhe prometi que, durante os próximos 100 anos de minha vida, eu jamais reclamaria por nada, pelo contrário, eu iria louvá-lo por tudo, tanto pelos dias bons como pelos dias ruins. Acho que eu posso dizer que cumpri minha promessa. E estou pronto para prolongar o acordo pelos próximos 100 anos de minha vida!”

Sempre gratidão

Gratidão não é um mero sentimento, não é um estado de espírito momentâneo. É consentimento. É o nosso sim ao inconcebível amor de Deus, que cuida de nós, mesmo que isso muitas vezes não seja muito claro. Quanto mais a pessoa é modesta e humilde, tanto mais ela se torna grata, e também se torna mais forte na fé e no amor. Ela até se torna capaz de aceitar o sofrimento como um presente e de agradecer a Deus por ele.

A santa Doutora da Igreja, Teresa de Lisieux (Teresinha do Menino Jesus), nos dá um testemunho impressionante a esse respeito: “Mesmo quando não entendo os acontecimentos, eu sorrio, dou graças, sempre me apresento satisfeita diante de Deus. Não se deve duvidar Dele. Isso seria falta de tato. Não, nunca uma ‘maldição’ contra a Providência, mas sempre gratidão. Pois é justamente a gratidão que mais atrai as graças de Deus sobre esta terra”.

Obrigado caros amigos e benfeitores, porque em resposta de gratidão pelo dom de sermos amados, vocês enchem as mãos vazias dos necessitados com os vossos dons. Desta forma, a ação de graças a Deus se multiplicará (cf.2Cor 9,12) e a gratidão dos pobres voltará sobre nós como bênção de Deus.

Pe. Martin M. Barta
Assistente Eclesiástico Internacional

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