O relatório “Perseguidos e Esquecidos?”, da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), mostra a perseguição aos cristãos entre 2013 e 2015, em 22 países onde se verifica uma maior violação à liberdade religiosa

O Cristianismo parece estar destinado a desaparecer no Oriente Médio conforme indica o relatório “Perseguidos e Esquecidos?” divulgado recentemente pela AIS e que mostra um aumento da perseguição aos cristãos, entre 2013 e 2015, em 22 países.

No Iraque, o estudo conclui que, caso o êxodo de fiéis continuar a ocorrer, como vem acontecendo desde agosto de 2014, não haverá mais cristãos no país no prazo de cinco anos. Nos dias 24 e 25 de outubro, a AIS Brasil recebeu a visita do padre iraquiano, Douglas Bazi, para duas celebrações no Rio de Janeiro, que analizou a crítica situação do país:

“Há 14 meses, o Estado Islâmico atacou e tomou toda a região norte do país, obrigando cerca de 100 mil cristãos a abandonarem as suas casas. A Fuga ocorreu à noite, com milhares de pessoas andando pelas estradas em direção às cidades de Erbil e Dohuk. Desde então, eu vivo com eles em um campo de refugiados. As famílias perderam tudo e vivem em tendas ou containers de carga, desses transportados em navios, adaptados como residência. O calor chega a 51 graus, não há privacidade, trabalho e dependemos da ajuda enviada por entidades como a AIS. Se não houver uma interferência, o povo cristão irá desaparecer em breve”, disse o sacerdote.

Os conflitos na Síria também foram responsáveis pela queda do número de cristãos, de 1,25 milhões antes do início da guerra em 2011, para quase 500 mil hoje. O relatório descreve a chamada “limpeza étnica por motivos religiosos” dos cristãos por parte de grupos terroristas islamitas, especialmente no Iraque e Síria, mas também em partes da África.

O relatório conclui que, em 2015, a situação dos cristãos piorou em 15 dos 22 países em análise, sendo que em 10 países a perseguição é classificada como “extrema”. Até 2013, quatro países possuíam esta classificação. O extremismo islâmico foi apontado como a maior ameaça, mas a intolerância registrada por extremistas de outros grupos religiosos, como Hinduísmo, Judaísmo e Budismo, também aumentou em quantidade de ataques e violência.

Os regimes totalitários, como o chinês, colocam também uma pressão crescente sobre a Igreja; e em países como a Eritreia e o Vietnã, a perseguição se intensificou nos últimos dois anos. O relatório observa que em muitos casos, os cristãos são perseguidos, não por causa da crença, mas pela suposta ligação com o Ocidente, especificamente com os Estados Unidos.

O Papa Francisco, ao receber uma cópia do estudo, enviou uma mensagem para a AIS oferecendo o seu apoio para as questões dos refugiados, expressada por meio de uma carta do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin: “Desta forma, [o Papa] reza para que aqueles em posições de autoridade diligentemente se esforcem não só para erradicar a discriminação e perseguição religiosa em suas próprias nações, mas também para buscar formas cada vez mais eficazes para promover a cooperação internacional, a fim de superar esses crimes contra a dignidade humana e da liberdade religiosa”.

“Perseguidos e Esquecidos?” examinou 22 países no Oriente Médio e em outros lugares como a China, Egito, Eritreia, Nigéria, Coreia do Norte, Paquistão, Sudão e Vietnã, por meio de entrevistas realizadas com sacerdotes, bispos, religiosas e leigos. O relatório compilou testemunhos de pessoas que vivenciaram casos de violência e pesquisou notícias publicadas pelos meios de comunicação social locais, sendo que os dados obtidos foram ainda comparados posteriormente com informações recolhidas junto às Organizações Não-Governamentais que atuam nesses países.

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Um comentário

  1. Claudia 7 de novembro de 2016 at 22:46 - Responder

    É só o começo….

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