Os frades capuchinhos, desde que chegaram ao Amazonas em 1909, começaram uma verdadeira e heroica missão. Quem conhece a Amazônia pode imaginar o que significa passar meses remando em pequenas canoas, subindo os rios enfrentado calor e perigo para doar a própria vida em prol da evangelização, ainda mais quando a fome grita. Esta é a realidade dos Frades Menores Capuchinhos do Amazonas e Roraima.

“Hoje estou a 1.200 km de Manaus. Moro em uma aldeia indígena Ticuna, formada por 72 comunidades”, nos conta o Frei Paolo Maria Braghini. Ele conta um pouco da realidade da região para que se possa entender a importância do projeto que foi enviado por eles para a ACN.

“Nós, Frades Capuchinhos, somos do Amazonas e Roraima. É importante explicar que não existe uma Amazônia, e sim muitas ‘Amazônias’ em uma só. Nós nos dividimos em várias delas. Estamos no centro histórico em Manaus e também nas periferias, que têm uma realidade bem diferente. Alguns de nós também moram em Roraima”, explica o Frade. “Trabalhamos no baixo Amazonas, município de Humaitá, com os ribeirinhos e também trabalhamos no alto Solimões, principalmente com indígenas de várias etnias”.

A fome grita e os frades pedem ajuda

O projeto enviado para a ACN pelos Frades é uma urgência para Manaus, uma metrópole que está crescendo constantemente e de forma desordenada. “Nós temos um trabalho bem no centro de Manaus com as paróquias que desenvolvem várias atividades. Cuidamos de moradores de rua, trabalhamos com a parte espiritual, as Confissões, e com leigos também em vários pontos da cidade”, explica Frei Paolo.

No momento em que a pandemia está trazendo desespero e muita fome para a população, os Freis fizeram um apelo para a ACN. “Nesse momento histórico, principalmente com a segunda onda da pandemia, a fome realmente grita. Temos várias famílias que não se sustentam nas periferias. Várias vieram do interior com a esperança de encontrar o sustento na cidade, mas encontraram a fome e o desemprego. Para piorar, não têm mais a roça para poder tirar o seu sustento e nem o rio para pescar o peixe”.

Diante da situação os Frades Menores Capuchinhos do Amazonas Roraima fizeram um projeto para a doação de cestas básicas por um período de 7 meses. “Escolhemos, entre tantas necessidades, algumas localidades na periferia e selecionamos as famílias juntamente com os líderes das Comunidades. Foram escolhidos os mais necessitados: famílias numerosas e muito carentes, muitas viúvas, doentes tuberculosos e pessoas desempregadas que dificilmente terão uma oportunidade nesta vida”, conta Frei Paolo.

ACN já é presente na região

O Frei conta que a ACN sempre foi presente na região. “Já nos ajudaram em diversos projetos e somos infinitamente gratos, nós e o povo. Já nos ajudou a comprar um barco para atender as comunidades ribeirinhas, nos ajudou a comprar um carro para enfrentarmos as estradas de Roraima e Humaitá e até hoje colhemos os benefícios dessas doações. Para o povo, a nossa presença leva Esperança e a palavra de Cristo”.

As cestas chegam para pessoas como a Dona Maria Madalena, do bairro Cidade de Deus: “Para mim foi muito gratificante receber essa cesta básica, já que eu e meu filho estamos sem trabalho”. Também a Dona Fátima da Conceição, da Colônia Terra Nova, afirmou que será um grande socorro: “Esta doação chegou num momento tão difícil que estamos enfrentando. Vocês nos ajudaram com o alimento de cada dia. Sou muito grata! Que Deus abençoe a cada pessoa que ajudou a fazer com que isso acontecesse”.

A ação dos freis não é uma simples entrega, a cesta básica é “embrulhada” com dignidade e busca de soluções permanentes. O projeto durará em torno de 7 meses, porque os freis buscam fazer um acompanhamento dessas famílias, ainda mais quando a fome grita. Em cada família que eles visitam tentam ajudá-las para que encontrem soluções para suas vidas, uma forma de autossustentação.

Além da comida, esperança e condições pra melhorar o futuro

Junto com as cestas os freis entregam algumas sementes para incentivar um cultivo doméstico, uma pequena cultura, mesmo que em vasos simples. “Onde é possível, incentivamos o cultivo de animais como galinhas. Queremos tirar a mentalidade só de receber. Eles devem fazer algo para sair dessa situação, quando é possível”, completa Frei Paolo.

Mas toda essa ajuda apenas se tornou possível graças aos benfeitores da ACN, aos quais Frei Paolo é muito grato: “Queridos benfeitores da ACN, quero, de coração, em nome de todos os Frades Capuchinhos do Amazonas e Roraima e, de modo especial, em nome das centenas de famílias beneficiadas, dizer muito obrigado. Neste tempo gravíssimo de pandemia, que afeta a vida inteira das famílias nas periferias de Manaus, cuja vida se tornou dramática, essas cestas básicas são muito mais que uma ajuda para matar a fome – que realmente dói – é um sinal que Deus não abandona a estes pobres. Assim vocês, doadores, estão se tornando instrumento da Providência de Deus e fonte de esperança.”

Aliás mais uma vez os benfeitores da ACN permitiram a “multiplicação dos pães” a partir da doação de cada um. Com a pandemia ainda afetando a vida dos mais necessitados, os pedidos continuam chegando. A ACN conta com a sua ajuda para que mais milagres como esse possam acontecer. Faça sua doação!

Últimas notícias

Deixe um comentário