“No nordeste da Nigéria, eles podem atacar nossas casas, mas não podem eliminar nosso espírito. Nós fomos perseguidos, discriminados e maltratados; mas jamais conseguirão tirar de nós a nossa fé e nossa esperança no Senhor Ressuscitado”. Dom Ignatius Kaigama, Arcebispo de Jos e Presidente da Conferência Episcopal nigeriana.

À medida que a crise no norte da Nigéria piora, a população da região de Maiduguri, a mais afetada pelo conflito, não sabe o que trará o amanhã e o que futuro poderá oferecer aos seus filhos.

Quando o governo declarou estado de emergência, os colaboradores da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) já estavam a caminho para uma região considerada um dos lugares mais perigosos do mundo para os cristãos, para informar-se sobre a situação e a evolução dos projetos.

O que encontramos ali, além do sofrimento, foram pessoas cheias de fé e de esperança. Um jovem católico, John Abba, descreveu como tinha vivido o horror de presenciar um ataque à sua igreja durante uma Missa, meses atrás.

Referindo-se ao grupo radical islâmico Boko Haram, autores de atrozes ataques, John, disse à Associação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre: “Achavam que eu estava morto, mas eu tinha sobrevivido. Acreditavam que eu nunca voltaria a enxergar, mas aqui estou e posso ver você. Eles acreditavam que poderiam nos eliminar, mas continuamos aqui e damos graças a Deus”. Pessoas de todos os setores da sociedade sofreram com os ataques, mas, os cristãos foram os mais afetados, já que desde 2007 sofreram quase 100 ataques às suas igrejas.

Apesar das generosas doações oferecidas até agora, ainda resta muito por fazer no futuro para ajudar estes cristãos a levarem a cruz da perseguição. Entre os projetos urgentes da AIS no país atualmente consta a reconstrução de igrejas, a ajuda pastoral para as vítimas dos ataques, a criação de uma cooperação inter-religiosa, formação de catequistas, distribuição de exemplares da Bíblia das Crianças, formação de seminaristas e a ajuda a sacerdotes oprimidos mediante estipêndios de Missas.

Não é fácil sobreviver à perseguição, mas com a generosidade dos benfeitores é possível. Como disse uma religiosa citando o salmo 147 (146): “Por favor ajudem a enfaixar nossas feridas e a curar nossos corações despedaçados”.

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