O aumento da violência do Boko Haram no nordeste da Nigéria poderia descarrilar as próximas eleições do país, de acordo com um padre na região. Em mensagem enviada à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, Padre Gideon Obasogie, que trabalha para o departamento de comunicação da Diocese Maiduguri, descreveu que a capital do Estado de Borno, Maiduguri, foi repetidamente atacada pelos extremistas que tomaram e ocuparam cidades e vilas próximas.

Segundo contou, os moradores estavam preocupados que a cidade fosse invadida – os terroristas atacaram três vezes ao longo da penúltima semana -, mas os líderes políticos pareciam estar mais preocupados com as eleições, marcadas para sábado, dia 14 de fevereiro.

Pe. Obasogie afirmou que, “com as recentes ondas de ataques, há muito medo e tensão no ar. Com as eleições de fevereiro cada vez mais perto, vemos todos os tipos de candidatos que fazem promessas boas demais para serem tomadas como verdadeiras tanto em Maiduguri quanto no nordeste do país”. E acrescentou: “os candidatos não se identificam com as pessoas em nossa situação, mas pedem os nossos votos.”

O padre afirmou que se a segurança não fosse garantida nas eleições muitos teriam medo de votar. “Os cidadãos de Maiduguri, na medida do possível, evitam lugares lotados e as unidades de votação não seriam uma exceção, a menos que a segurança das pessoas fosse assegurada”. O religioso ainda afirma que a maioria das pessoas estava bastante cética quando o resultado das urnas e também temiam ataques dos terroristas na ocasião”. Em carta, o padre complementa que “se alguém precisar de nossos votos, nossa segurança deve ser primeiro certificada”.

O padre disse também que as classes políticas parecem incapazes de lidar com a ameaça de Boko Haram. “Aqueles cujo dever é proteger a vida da população são, obviamente, incapazes de deter o grupo islâmico radical”. E ainda garantiu que se Boko Haram conseguisse tomar a cidade, as consequências seriam devastadoras”. Isso porque eles teriam uma base forte a partir do qual poderiam atacar os Estados vizinhos de Yobe, Bauchi, Adamawa, e Gombe e ainda ganhariam o controle do aeroporto da cidade e da base militar.

O padre acrescentou: “Estamos em Maiduguri, pragmaticamente falando, sentados sobre um barril de pólvora… Vivemos com o medo constante, o que está sendo intensificada a cada dia que passa.” E o padre tinha razão. Dia 14, sábado, o Boko Haram atacou novamente tentando tomar a cidade de Gombe, há 300 km de Maiduguri e já mais próximo ao centro do país.

Apesar de terem sido contidos, as eleições foram adiadas para daqui há seis semanas. Rezemos para que os habitantes da Nigéria consigam encontram a Paz de Deus nesse momento de tanto medo e terror.

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