O uso de armas de fogo, espadas e outras armas letais deixaram pouca chance de sobrevivência para as vítimas, principalmente crianças e mulheres que foram cortadas e queimadas.

Menos de dois meses após a crise étnico-religiosa na cidade de Jos, Nigéria, em que centenas de pessoas perderam suas vidas, um novo ataque aconteceu na manhã do dia 7 de março, nos vilarejos de Dogon Nahawa, Ratsat e Foron Zot, a cerca de 15 quilometros ao sul da cidade de Jos. Novamente, centenas de pessoas foram mortas no que parece ser um ataque de represália. Alguns moradores alegaram que os agressores eram pastores muçulmanos do grupo Fulani que invadiram as casas, enquanto eles dormiam. O ataque, que começou por volta das 2h30, durou mais de duas horas, deixando as vítimas em completo desespero diante da fúria dos bandidos. O uso de armas de fogo, espadas e outras armas letais deixaram pouca chance de sobrevivência para as vítimas, principalmente crianças e mulheres que foram cortadas e queimadas.

Os números exatos de vítimas são normalmente difíceis de determinar em tais circunstâncias. Os meios de comunicação publicaram números divergentes que variam de 150 a mais de 700. O padre da paróquia de St. Thomas, que atende pastoralmente as áreas afetadas, padre Philip Jamang, disse que pessoalmente testemunhou o enterro em massa de sessenta e quatro (64) pessoas na aldeia de Dogon Nahawa, trinta (30) pessoas em Ratsat e vinte e quatro (24) em Foron Zot, não incluindo os desaparecidos.

Um morador da aldeia, Pedro Jang, descreveu como os agressores agiram neste ato covarde: “Eles começaram a disparar para o ar a fim de trazer as pessoas para fora de suas casas e, em seguida, quando as pessoas saíram, começaram a atirar nelas e as cortavam com facões e outras armas, enquanto ao mesmo tempo, queimavam suas casas. Os agressores fugiram ilesos”.

As Informações do atendimento dos feridos nos hospitais indica que muitas pessoas estão recebendo tratamentos decorrentes de tiros graves e cortes de facão, enquanto outros não puderam resistir e morreram. Militares foram mobilizados para controlar a situação, enquanto as negociações de paz estão sendo realizadas em vários níveis na busca pela paz.

A partir de segunda-feira, 8 de março, o medo e a desconfiança se espalharam por toda a cidade de Jos e as áreas de Bukuru. Moradores preocupados estão em vigília ao redor de suas casas, especialmente quando os relatórios espalham que o clima na região circundante é tenso. As pessoas temem a possibilidade de mais ataques em represália.

O governo, a comunidade, religiosos e pessoas de boa vontade do Estado de Plateau e de toda a Nigéria se mostraram abalados sobre a forma bestial dos ataques de sete de março, enquanto os esforços estavam sendo feitos para resolver os desafios da segurança, criados pelos ataques anteriores, de 17 a 20 de janeiro.

Uma Conferência de Paz foi planejada pelo Instituto de Governança e Investigação Social, da cidade de Jos, em colaboração com o Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional e o Governo do Estado de Plateau para o dia 8 de março de 2010, na Estação Hill Hotel, com o tema “Paz em Jos: deter o ciclo de violência”. Estavam presentes três ex-chefes de Estado da Nigéria, representantes dos estados nigerianos de Bauchi, Nassarawa e do estado de Kaduna, assim como o Governador do Estado de Plateau e sua equipe de funcionários, ministros, senadores, representantes da Câmara e líderes religiosos. Mulheres e jovens que sobreviveram aos ataques estiveram no evento e falaram apaixonadamente contra os atos de barbárie que muitas vezes são confundidos por zelo religioso.

Como foi o caso na crise de 2008, a Arquidiocese Católica de Jos está organizando uma missa de solidariedade pelas vítimas. A Santa Missa será realizada no dia 19 de março, na Igreja de São Jarlath’s Bukuru, uma região que experimentou a maior parte da destruição de vidas e propriedades. “Esperamos rezar para inspirar, de forma fraterna, uma maior coragem e confiança em todos os afetados”, afirma o arcebispo de Jos, Dom Ignatius A. Kaigama, quem escreveu este informe.

“Estamos arrecadando suprimentos, bem como contribuições em dinheiro para ajudar os afetados. Temos o apoio de algumas dioceses da Nigéria, agências internacionais da igreja e humanitárias. O departamento de Justiça, Paz e Caridade tem tentando suprir as necessidades de alimentos, vestuário e necessidades médicas dos muitos milhares que estão desabrigados (muçulmanos, cristãos e outros)”, termina Dom Kaigama.

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4 Comentários

  1. Eliane L. de Abreu 21 de abril de 2010 at 22:18 - Responder

    ESSES CRIMINOSOS PRECISAM SER PUNIDOS NO RIGOR DA LEI: NÃO RESPEITAM OS DIREITOS HUMANOS E A ONU DEVE INTERVIR NESSE PAÍS COM O PROPÓSITO DE GARANTIR A SEGURANÇA DO POVO E EM PROL DA LIBERDADE RELIGIOSA, MAS REALMENTE SOLIDÁRIA, LEVANDO-SE EM CONTA “AMAR A DEUS E AS OUTRAS PESSOAS COMO A SI MESMO” É O MAIOR MANDAMENTO DA LEI DE DEUS EM QUALQUER RELIGIÃO QUE SE PREZE E SE RESPEITE NO MUNDO. VAMOS REZAR PARA QUE HAJA SABEDORIA DIVINA E HUMANITÁRIA NA NIGÉRIA E EM TODO O MUNDO! AMÉM.

  2. Evandro R. Monteiro 26 de março de 2010 at 15:21 - Responder

    Está mais do que provado que o Islã não é religião, é uma ideologia imperialista que usa o terror para implantar o reino de Alá, ou de Satã!
    Essa praga deve ser extirpada da face da Terra, para a glória de Noso Senhor JesusCristo, conforme já dizia o grande estadista português Afonso de Albuquerque.
    Salve Maria!

  3. Davisson Rodrigues dos Santos 21 de março de 2010 at 17:31 - Responder

    Isto me recorda a Escritura que diz, “sem mim nada podeis fazer”, nada de bom né.

  4. elizabeth tomie nascimento 11 de março de 2010 at 20:46 - Responder

    É tão triste saber que a intolerância do ser humano chega a cometer essas barbaridades,precisamos orar muito,e pedir perdão por esse massacre bárbaro..

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