“Disse-vos isto para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa… O que vos peço é que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,11-12).

Se a realização e a felicidade são o nosso sonho e a nossa aspiração maior para a eternidade, por que tanta infelicidade? A promessa de Jesus seria uma promessa inatingível?

Desde nossa origem primeira na pessoa de Adão e Eva, Deus nos criou e nos chamou a viver no paraíso que não deve ser entendido tanto como um simples lugar físico ou posses de coisas, mas como um estado de vida, de comunhão, de realização e de felicidade. Como imagens de Deus somos seres livres. Temos a liberdade de escolher o caminho da vida ou da não vida. Essa é a nossa grandeza e ao mesmo tempo o nosso limite. Podemos optar pelo caminho do bem que nos realiza e nos dignifica ou optar pelo caminho do mal que nos fere gerando todos os desequilíbrios do nível pessoal ao nível humanitário.

A dura realidade de sofrimentos e de frustrações gerada pela cultura de morte no mundo em que vivemos não pode e não deve jamais ser associada a Deus, mas no mau uso da liberdade humana, fora dos horizontes de Deus, que gera a morte em cada pessoa, nos outros e na própria estrutura dos bens da criação.

É verdade de fé que Deus nos chamou à vida para sermos felizes no tempo, tendo por promessa a felicidade em plenitude na eternidade. É da natureza de Deus como perfeição absoluta de só querer o bem, desejar o bem e fazer o bem. “Deus em Jesus nos chamou para a vida e a vida em plenitude” (Jo 10,10).

Tudo o que sabemos por Jesus e pela Igreja é que temos por Deus um Pai que nos deu e dá a liberdade de O chamarmos com a intimidade de Abbá, querido Papai do céu. Um Deus que em seu Filho amado Jesus nos adotou como filhos e filhas amados nos constituindo em nosso batismo como herdeiros da vida eterna (Ef 1,2s).

A nossa realização e a nossa felicidade estão ligadas diretamente à vivência do mandamento do amor. “Amai-vos como vos amei”. Somos convidados a amarmos o Pai e nos amarmos mutuamente “como” Jesus nos amou e nos ama. Essa é a meta do amor cristão. Só que em Cristo os limites do amor é amar sem limites. A Pessoa de Jesus é a referência única para a vida cristã, o único caminho para nossa realização e a nossa felicidade.

Por Jesus viemos conhecer que o nome do nosso Deus é AMOR. Que Deus é uma Comunidade de vida e de amor eterno na Pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Neste sentido o cristianismo não se resume apenas numa rica mensagem e doutrina de vida a seguir. Consiste acima de tudo num real e pessoal encontro de amor com a Pessoa de Jesus e, em Jesus, com a pessoa dos irmãos. “Sede misericordiosos como vosso Pai dos céus é misericordioso” (Lc 6,36).

Não há discipulado sem um sério compromisso de amor a Deus e de amor fraterno com os irmãos, particularmente de amor com os irmãos mais pequeninos e feridos da terra. “Quem diz amar a Deus a Quem não vê e não ama o irmão a quem vê se engana. Recebemos de Deus este mandamento: Quem ama a Deus que ame também a seu irmão” (1Jo 4,20s ; Mt 25,40).

Este foi o segredo da realização e da felicidade de todos os homens e mulheres de Deus da Bíblia, de nossos santos e continua a ser para cada um de nós.

A realização e a felicidade não se situam num ponto da vida que chegamos, mas, no modo do como buscamos orientar nossa vida com Jesus, por Jesus e para Jesus no quotidiano de nossa vida no amor de fidelidade ao Pai e no amor entre irmãos.

Padre Evaristo Debiasi
Assistente Eclesiástico Nacional

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2 Comentários

  1. Maria Vanete Stang Coan 16 de agosto de 2020 at 20:30 - Responder

    Conheci o padre Evaristo. Assisti a muitas palestras que ele proferia na Unisul para adultos, vovós e vovôs e jovens. Era eu a encarregada ou convidada a fazer as inscrições, era cobrado um pequeno valor para o café das 10 e da tarde. Ele nos deixou uma grande lição: a do AMOR.

  2. EVANDER JUNIO CHAGAS DOS SANTOS 21 de outubro de 2015 at 19:31 - Responder

    Desde nossa origem primeira na pessoa de Adão e Eva, Deus nos criou e nos chamou a viver no paraíso que não deve ser entendido tanto como um simples lugar físico ou posses de coisas, mas como um estado de vida, de comunhão, de realização e de felicidade. Como imagens de Deus somos seres livres. Temos a liberdade de escolher o caminho da vida ou da não vida. Essa é a nossa grandeza e ao mesmo tempo o nosso limite. Podemos optar pelo caminho do bem que nos realiza e nos dignifica ou optar pelo caminho do mal que nos fere gerando todos os desequilíbrios do nível pessoal ao nível humanitário.

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