“No menino Jesus, Deus se fez dependente, necessitado do amor de pessoas humanas, reduzido à condição de pedir o seu, o nosso amor. Peçamos ao Senhor que nos ajude a alongar o olhar através das fachadas lampejantes deste tempo até encontrar, para além delas, o menino no estábulo de Belém e, assim, descobrir a autêntica alegria e a verdadeira luz.” Papa Bento XVI, Missa de Natal, Basílica de São Pedro, 24.12.2011

Este é apenas o editorial do Boletim de Dezembro de 2012.
Você pode baixar o boletim na íntegra ao final deste texto (anexo).

 

No Natal, uma misteriosa nostalgia por um mundo melhor, mais feliz, desperta no coração das pessoas. Será que isso é apenas uma ilusão dos sentimentos, uma simples recordação dos tempos de uma infância despreocupada, que se ofusca rapidamente à luz candente do dia a dia? Ou a festa de Natal é realmente um eco da Palavra Divina que em Belém se fez carne? Como é difícil para nós, na nossa vaidade, admitir a simples verdade de que Deus se tornou uma pequena criança desamparada. Mas justamente no fato de Deus tornar-se criança está a salvação do mundo.

Um dia, santa Edith Stein escreveu a um filósofo que lhe pedia um conselho: “Com argumentos não é possível dar-lhe uma ajuda. Se pudéssemos liberá-lo de todas as suas argumentações, o senhor encontraria ajuda. E aconselhá-lo? Eu já lhe disse o meu conselho: tornar-se criança e colocar nas mãos do Pai a vida com todas as suas investigações e elucubrações. E se ainda não conseguir fazer isso: pedir. Pedir ao Deus desconhecido e posto em dúvida que Ele o ajude a fazê-lo. Decerto agora o senhor me olha admirado por eu não recear lhe apresentar uma sabedoria infantil, tão ingênua. É sabedoria porque é ingênua, e nela se escondem todos os mistérios. E é um caminho que conduz à meta com toda certeza.” Quando nos ajoelhamos humildemente diante do menino Jesus na manjedoura, recebemos essa grande graça: sermos crianças diante de Deus. Eis o ápice da vida cristã: aceitarmos tudo como presentes de Deus, ainda antes de conseguirmos produzir alguma coisa.

Somente sendo criança que vive incondicionalmente do Pai, podemos provar a verdadeira alegria do Natal. Santa Edith Stein escrevia ainda, numa meditação: “Ser filho de Deus significa seguir pela mão de Deus, fazer a vontade de Deus e não a própria, colocar na mão de Deus todas preocupações e toda esperança; não preocupar-se mais consigo mesmo e como próprio futuro. Nisso se baseiam a liberdade e a alegria de filho de Deus. Quão poucos as possuem, também entre os realmente piedosos e mesmo os que estão heroicamente dispostos ao sacrifício. É longo o caminho que vai da vaidade de um ‘bom católico’ – ‘que cumpre as suas obrigações’ mas, quanto ao resto, faz o que lhe agrada – até uma vida que sai da mão de Deus, na ingenuidade dacriança.”

Obrigado, caros amigos, pela sua fé vivida, com a qual apoiaram a AIS durante o ano todo, em tantos projetos. Sua fé nos dá a coragem de pedir mais uma vez ajuda para as muitas necessidades da Igreja. Assim podemos levar juntos, com Maria, o amor do Menino Divino e a verdadeira alegria do Natal aos homens.

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Um comentário

  1. ROBERTO LUIZ DE OLIVEIRA 18 de dezembro de 2012 at 10:43 - Responder

    Sou grato a Deus por poder contribuir com a AIS nesta grandiosa missão aqui na terra, onde muitos não querem ir.

    Roberto_Adv
    Alagoa Grande-PB

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