O grupo nigeriano Boko Haram teria anunciado lealdade ao autodenominado Estado Islâmico (EI) em um vídeo divulgado neste sábado.

A mensagem, cuja autenticidade não foi comprovada, foi divulgada pelo Twitter. Acredita-se que seu autor seja o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau.

Desde 2009, o Boko Haram está envolvido em uma campanha militar para impor a sharia, a lei islâmica, no norte da Nigéria. Já o EI conseguiu avançar no ano passado sobre territórios do leste da Síria e norte e oeste do Iraque. Seu objetivo é criar na região um “califado” – um estado com um único líder político e religioso e no qual deve vigorar a sharia. O líder do EI é Abu Bakr al-Baghdadi, conhecido por seus seguidores como “califa Ibrahim”.

No vídeo do Boko Haram divulgado neste sábado, um homem diz: “Anunciamos nossa lealdade ao califa… vamos ouvi-lo e obedecê-lo em tempos de dificuldade e prosperidade.”

As ações do Boko Haram colocaram a Nigéria em uma situação de crise humanitária. Milhares de pessoas já morreram nos ataques do grupo no norte do país e na capital, Abuja.

Neste sábado, explosões em dois mercados e em um terminal de ônibus da cidade de Maiduguri deixaram 50 pessoas mortas em uma ação suspeita de ter sido planejada pelo grupo.

Conhecido pela brutalidade de suas ações, que incluem massacres e decapitações de jornalistas e soldados inimigos, o EI tem tentado estreitar os laços com outros grupos do Oriente Médio e Norte da África. Seu líder já recebeu promessas de lealdade de grupos do Egito, Líbia, Iêmen e Arábia Saudita.

Segundo Jim Muir, correspondente da BBC em Beirute e especialista em assuntos do Oriente Médio, é difícil entender as consequências práticas da aliança entre o EI e o Boko Haram, uma vez que os dois grupos atuam em regiões diferentes, mas ela “faz com que o EI pareça uma organização mais global”.

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