O Padre Walter Coronel, explicou à Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) como tem acontecido o auxilio emegencial às pessoas que foram atingidas pelo terremoto no Equador.

“A presença da Igreja é agora de importância fundamental. A fé nestas horas tem grande importância para as pessoas”, afirmou Pe. Pedro Jesús Arenal, missionário espanhol dehoniano.

Cada família é visitada e é dada assistência espiritual, uma casa de cada vez. É assim que os sacerdotes, catequistas e voluntários das paróquias da Arquidiocese de Portoviejo estão distribuindo alimentos e medicamentos nessas regiões, as mais atingidas pelo terremoto que ocorreu no dia 16 de abril. Eles estão distribuindo água, remédios, arroz, feijão, toalhas, colchões infláveis, etc. O Pe. Walter Coronel, um sacerdote Fidei Donum de Portoviejo, disse em estrevista à ACN que muitas famílias tiveram de abandonar as suas casas. Eles estão vivendo nas esquinas e nas calçadas, debaixo de tendas de plástico erguidas com pedaços de madeira. Dia e noite, no calor e no frio. “E quando chove?… Então eles ficam molhados”.

“Aliviar a alma e o estômago é atualmente a nossa missão. Devemos ouvi-los para que eles não se sintam sozinhos e devemos trazer até eles a caridade da Igreja”. Pe. Walter explicou como muitos dos suprimentos de socorro do governo estão sendo trazidos de caminhão. “Quando eles chegavam nos povoados e vilas, eles buzinavam. As pessoas corriam até eles, mas verdadeiros ajuntamento de pessoas se formavam, todos se apertando e se empurrando, batendo uns nos outros. Os mais fracos e os mais velhos acabam ficando para trás, deixados de mãos vazias”. Ele enfatizou que é por isso que os centros da Igreja passaram a organizar a distribuição dos suprimentos. Além disso, eles não só dão ajuda material, mas também apoio espiritual e se unem às pessoas na oração.

Dom Lorenzo Voltolini Esti, Arcebispo da Arquidiocese de Portoviejo, agradeceu a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) pelo auxilio de emergência que chegou em apenas alguns dias, logo após o grande terremoto. “Estamos impressionados com a sua solidariedade. Muito obrigado por tudo o que vocês nos deram. Queremos levantar e reconstruir tudo que o terremoto tirou de nós. Por favor, não se esqueçam de nós”, ele pediu.

Muitas famílias se mudaram para as casas de parentes em outras cidades, como Quito e Guayaquil. No entanto, a grande maioria das pessoas têm encontrado abrigo na “Tendópolis” (“cidade de tendas”). É assim que a enorme esplanada do antigo aeroporto de Portoviejo é chamada. Muitas pessoas foram para lá em busca de abrigo, depois do terremoto, porque aquela área não está rodeada por edifícios. Hospitais de emergência e centros de acolhimento foram criados ali. As pessoas mostraram uma grande solidariedade. Por exemplo, uma “sopa compartilhada” foi preparada e eles dividem o pouco que têm. A maioria das pessoas perderam tudo que tinham. Mas, apesar disso e das perdas emocionais, muitos ainda têm força para trabalhar como voluntários, passando pelas cidades para distribuir os suprimentos de emergência. Essas pessoas também correm o risco de pegar doenças ou infecções”, apesar deles usarem máscaras cirúrgicas”. Não há instalações sanitárias e os cuidados com a saúde “estão notavelmente ausentes”. O acesso a um certo número de regiões foi proibido por causa do perigo de contágio.

Pe. Pedro Jesús Arenal também foi lá para ajudar. Apesar dele atualmente viver em Quito, por muitos anos viveu na região que foi mais atingida pelo terremoto, na casa dos dehonianos na Bahia de Caraquez. Em entrevista à ACN, ele relatou que a Igreja está agora confrontada com a parte mais difícil, porque só agora as pessoas estão começando a entender o que aconteceu. “Quando cheguei em Pedernales apenas algumas horas após o terremoto, eu vi as pessoas andando sem rumo pelas ruas como zumbis. Eles estavam num completo estado de choque. Eles não respondiam quando eu falava com eles. Só começaram a reagir quando os tremores secundários vieram. Em seguida, eles começaram a gritar. “Eles não só perderam seus entes queridos e suas casas, mas também o seu trabalho que lhes dava dignidade”. Agora eles não têm renda. Este é um grande choque psicológico. “Eles precisam de apoio emocional, um abraço, consolação. “A presença da Igreja é agora de importância crítica. A fé é de grande benefício para as pessoas nessas horas”, afirmou o Pe. Pedro, que vive no Equador há 13 anos. “Os mais pobres têm menos chance de começar uma nova vida. Sua pobreza, foi transformada em miséria. O desespero às vezes os leva a roubar”.

Apesar da situação terrível, os equatorianos não desistiram de sorrir e de ter esperança. Pe. Walter lembrou das palavras do Papa Francisco durante a sua viagem apostólica ao Equador em julho de 2015, quando ele perguntou aos fiéis qual era a sua “receita” para se tornar um povo tão especial: “Onde quer que eu vá, eu sinto uma recepção muito alegre, acolhedora e orante; em toda parte era assim. Mas aqui eu vi que havia algo único, singular. Qual é a receita deste povo? O que é isso? E hoje de manhã, rezando sobre isso, fiquei impressionado com a consagração ao Sagrado Coração de Jesus que vocês fizeram. Toda esta riqueza que vocês tem, esta riqueza espiritual de piedade e de grande profundidade, surgiu por causa da coragem que vocês demonstraram em momentos muito difíceis, quando a nação foi consagrada ao Coração de Cristo, aquele coração divino e humano que nos ama tanto”. Estas foram as palavras do Papa Francisco quando se encontrou com o clero, religiosos e seminaristas no Santuário mariano de El Quinche no Equador.

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