“Nunca tenhamos medo de olhar para o Juízo Final; ao contrário, que ele nos leve a viver melhor o presente. Deus oferece-nos este tempo com misericórdia e paciência, a fim de aprendermos todos os dias a reconhecê-lo nos pobres e nos pequeninos, trabalharmos para o bem e sermos vigilantes na oração e no amor.” Papa Francisco – Audiência Geral, 24 de abril de 2013

Este é apenas o editorial do Boletim de Janeiro de 2014.
Você pode baixar o boletim na íntegra ao final deste texto (anexo).

 

Estamos no início de um novo ano civil. Mas juntamente com o ciclo temporal dos meses também se desenrola outro ciclo supratemporal: o ciclo de festividades do ano litúrgico. Para nós, o tempo litúrgico descortina em nosso “aqui e agora” a vida de Deus com toda a riqueza dos seus dons. A oração da Igreja antecipa o final dos tempos e a salvação definitiva, e é um presságio da vinda do Senhor.

As primeiras comunidades cristãs eram fortemente marcadas pela ansiosa expectativa da vinda iminente de Jesus. Essa atitude de alma do cristianismo primitivo nada tem a ver com um medo do fim do mundo, com curiosidade macabra ou sensacionalismo. É uma confiança esperançosa, sustentada pela vigilância da oração e por atos de amor. “Vós também ficai preparados! Pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem” (Lc 12,40). O Senhor vem para julgar a cada um segundo as suas obras. Ele estava com fome e com sede, forasteiro e sem-teto, nu, doente e na prisão. Nós o ajudamos? Temos de refletir sobre isso: em cada nosso próximo já é o nosso “Juiz” que nos encontra. Quem ama efetivamente não será surpreendido pela vinda do Senhor; ao contrário, ficará surpreso porque para Jesus não passou despercebido nenhum dos seus pequenos atos e gestos, e que Ele por isso lhe dá o céu.

O livro do Apocalipse é a revelação do novo Céu e da nova terra. Sem essa esperança, nossos sacrifícios e sofrimentos não teriam um sentido autêntico. Na liturgia nós celebramos e anunciamos aquilo que está por vir. Nós necessitamos da oração para não perdermos de vista a meta final da nossa vida.

Neste primeiro “Boletim” do novo ano vocês encontram projetos para religiosas. De modo especial são elas que, com suas mãos postas, muitas vezes de modo oculto, são um sinal profético do mundo que há de vir. Uma religiosa faz muitas coisas para o bem das pessoas, mas sobretudo ela é a noiva que espera o Senhor de lâmpada acesa. A mediação da graça da redenção depende da fidelidade na oração, como nos mostra o exemplo de uma religiosa que cuidava de muitos soldados em um hospital militar, na Segunda Guerra Mundial. Os soldados zombavam dela porque a viam rezar muito. Um dia, quando sofria demais devido às chacotas, ela disse aos soldados: “Se vocês continuarem dificultando tanto o meu serviço, eu também vou dificultar as coisas para vocês.” Divertidos, eles responderam: “Mas a senhora não é capaz disso”. “Sou, sim”, respondeu ela, “é só eu excluir vocês da minha oração”. Daquele dia em diante, ninguém mais zombou dela.

Caros amigos, vamos assumir um propósito para o novo ano: sejamos fiéis ao tempo a ser dedicado à oração, à santa confissão e sobretudo ao santo sacrifício da Missa.

Últimas notícias

Deixe um comentário