Dom Oswaldo Azuaje, bispo de Trujillo, na Venezuela, denunciou em sua visita à Ajuda à Igreja que Sofre, a gravidade da situação que seu país enfrenta nestes momentos. “Politicamente falando, o país sofre uma divisão em duas metades praticamente iguais, o que provocou uma grande rachadura entre a população. Tristemente a política no meu país foi nos últimos anos motivo de confronto, não simplesmente adversidade, mas inimizade” declarou Dom Azuaje. Esta situação, segundo o prelado, afeta não todas, mas muitas partes da sociedade e até mesmo as relações nas famílias, onde às vezes reina o rancor ou a animosidade.

Dom Oswaldo reafirmou a importância do “diálogo pela paz e para a paz.” Da mesma forma manifestou que a democracia “não se trata somente de ir às urnas e votar para escolher a um líder, mas a capacidade de viver na diversidade, o respeito aos que pensam de maneira diversa e saber escutar.”

“Benditos os que têm ‘boca para escutar’ – prosseguiu o prelado – porque muitas vezes temos boca para agredir, mas o que interessa é o propósito firme de construir um país melhor para todos, seja quem for o líder.

“A paz do meu país é como um fio fino, por isso, peço a todos meus compatriotas e pessoas que amem a minha pátria e que rezem pela paz e a reconciliação nela” reiterou o bispo.

Mesmo depois de denúncias públicas de que o governo da Venezuela estaria despedindo funcionários por suas afinidades políticas, a Conferência Episcopal Venezuelana pedia em um comunicado do último 2 de maio “que acabe a repressão, a perseguição e as demissões injustificadas dos empregados públicos assim como a violência por razões políticas”.

O comunicado também faz referência aos fatos acontecidos poucos dias antes na Assembleia Nacional, quando vários deputados da oposição foram agredidos depois de terem se queixado de que o presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, tenha ratificado a decisão de não permitir-lhes o direito à palavra durante a sessão.  Estas agressões físicas “são um ato de violência que causa tristeza e embaraço. A Venezuela não merece espetáculos tão vergonhosos! Fatos como estes desnaturalizam a identidade do parlamento” reforça a nota da Conferência, que conclui com uma chamada à oração e ao trabalho pela paz, pelo respeito e pelo perdão na nação sul-americana.

A situação na Venezuela, difícil há anos, piorou depois das últimas eleições presidenciais do último 14 de abril, após a morte do então presidente Hugo Chávez. Como resultado, por uma margem pequena de maioria de votos, Nicolás Maduro, membro do governo Chávez, foi eleito presidente. A oposição, liderada por Henrique Capriles, questiona a validez dos resultados e pede uma recontagem dos votos, não reconhecendo Nicolás Maduro como presidente legítimo deste país até que sejam conhecidos os resultados da auditoria que vem sendo realizada nestes instantes por parte do Conselho Nacional Eleitoral.

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