A paróquia de Noanamito está em uma das regiões mais pobres da Colômbia e é cortada por dois rios. Além disso, o acesso aos 44 vilarejos da paróquia só acontece por barco.
Padre Jairo Palomino Montaño recorda o grande medo que teve de o barco afundar quando precisou pilotar pela primeira vez. De fato, as viagens de barco de um vilarejo para o outro levam muitas horas. Chuvas intensas, enchentes, mosquitos e cobras completam a lista dos desafios que o padre enfrenta. Mais perigosos são os grupos armados que circulam pela região. O Padre Jairo exerce seu ministério arriscando a própria vida, mas a confiança em Deus o ajuda e ampara.
Os fiéis da paróquia são indígenas e afro-americanos. A pobreza levou alguns deles a se envolverem com o cultivo de drogas, aumentando a violência por ali. A paróquia ficou sem padre por dez anos. Consequentemente, “O recomeço da comunidade não foi fácil”, relata o Padre Jairo, que chegou em março de 2024. “Por muito tempo não havia Missas e tampouco os outros sacramentos. O fato de um padre chegar e proclamar de novo o Evangelho foi muito comovente para estas pessoas, que sofrem de abandono e violência. A chegada de um padre trouxe esperança e fortaleceu a fé. Eles me dizem: ‘Padre, achávamos que a Igreja tinha se esquecido de nós’, ou ‘desde que começamos a ir à Missa novamente, este vilarejo mudou’”.
As circunstâncias são difíceis. Mesmo na paróquia, só há energia elétrica à noite, durante algumas horas. Mas o padre de 44 anos admite: “Eu amo meu apostolado porque todos os dias tenho novamente a sensação de que estou dando minha vida pelo Evangelho. Quero servir a essas pessoas como Jesus fez. É tanta gente que fica feliz por eu estar aqui, e eu posso ser um instrumento de Cristo para que outros tenham a Vida! Eu encontro minha força e minha coragem na oração e na misteriosa força do amor, mas também no fato de constatar como a fé está se espalhando.”
