A Assembleia da CNBB é uma das maiores reuniões de bispos do mundo. São reunidos mais de 300 bispos ativos à frente das 279 circunscrições eclesiásticas do Brasil. Na atual assembleia também estão presentes mais de 100 bispos eméritos. Os bispos estão reunidos para a assembleia desde o dia 19 de abril e a conclusão será no dia 28.
A Fundação Pontifícia ACN marca presença na Assembleia da CNBB por meio de um estande para estreitar ainda mais a relação com os bispos do Brasil e apresentar, também, a realidade dos cristãos perseguidos.
A Assembleia contou com a participação do diretor de projetos da ACN para a América Latina, Rafael D’Aqui, que pôde conversar individualmente com os bispos inseridos nas regiões onde a Igreja mais sofre no Brasil. “Ouvi muitas histórias de uma Igreja de desafios: primeiro as distâncias, paróquias que estão a 500 quilômetros de estrada de chão da sede. Outro ponto são realidades culturais diferentes, diversas etnias indígenas inseridas em uma mesma diocese. Há também zonas de conflito social. Existem dioceses que estão onde há atividade de garimpo ilegal e a Igreja vive esse drama junto com a população. Outro ponto são os lugares de violência, muitos bispos relatam sobre a realidades das drogas e da violência gerada como uma grande chaga que afeta a vida pastoral.”
Bispos reunidos agradecem benfeitores
Rafael D’Aqui lembrou ainda a “grande gratidão dos bispos para os benfeitores da ACN, por tudo o que eles têm feito pela Igreja que sofre no Brasil, na Região Amazônica, no sertão, de norte a sul. Encontrei bispos que manifestam, em lágrimas, a gratidão porque podem realizar seu ministério pastoral graças ao apoio de homens e mulheres generosos, os benfeitores da ACN”, conclui Rafael.
Para trazer um panorama da realidade da Igreja perseguida, a ACN convidou Dom John Bakeni, o bispo auxiliar de Maiduguri, na Nigéria, para falar aos bispos brasileiros. Dom John não pôde vir, mas enviou uma mensagem de vídeo especialmente para a Assembleia da CNBB. O vídeo foi apresentado pela presidente da ACN Brasil, Ana Manente.
Em sua mensagem, o bispo lembra que “desde 2009, o grupo islâmico Boko Haram infringiu terror em massa contra civis, matando mais de 60 mil nigerianos, sequestrando milhares e deslocando milhões”.
Mensagem reforça necessidade de ajuda na Nigéria
Dom John enfatizou ainda que “em março de 2008, o Boko Haram prometeu guerra contra os nigerianos, contra os cristãos na Nigéria. Um que um porta-voz dos militantes declarou que colocaria fim à presença dos cristãos, para colocar um Estado Islâmico apropriado em que os cristãos não conseguiriam ficar”, disse o bispo.
Ele concluiu dizendo que, desde então, o Boko Haram tem cometido genocídio contra os cristãos no norte da Nigéria. Por fim, Dom John dirigiu um apelo à Igreja no Brasil para que continue a rezar pelo povo nigeriano. “Precisamos de ajuda, de toda a maneira que vocês possam influenciar o nosso governo para que ele possa cimentar a liberdade religiosa”, disse o bispo.
Então Dom John Bakeni concluiu agradecendo especialmente à ACN, que esteve ao lado do povo nigeriano com orações, solidariedade e apoio financeiro. “Durante anos, a ACN nos deu esperança, razão para viver de novo. Por causa da ACN a Igreja e a Diocese de Maiduguri, embora abalada até as suas raízes, está mais forte”.
Artigos de interesse
Igreja pelo mundo
