Tristeza não combina com o cristianismo, ele dizia. De fato, Francisco dispunha de um humor único. Ele chegou a dizer que saltaria de paraquedas, se necessário, durante sua viagem à África em novembro de 2015, para visitar a República Centro-Africana. Enquanto todos o aconselharam a não viajar para esse país, conhecido por guerras e violência, ele foi! E mais ainda: lá ele abriu simbolicamente a Porta Santa para iniciar o Ano Santo da Misericórdia; e nomeou a capital do país, Bangui, como a "capital espiritual do mundo".
Francisco foi o primeiro Pontífice não nascido na Europa em mais de doze séculos, o primeiro jesuíta no trono de Pedro e até hoje o único Papa que pôde visitar seu antecessor ainda vivo. Além disso, antes dele nenhum chefe supremo da Igreja Católica havia se encontrado com um Patriarca de Moscou. De fato, ele conseguiu realizar grandes feitos.
Jornadas pela paz e reconstrução
Ele também foi o primeiro Papa a viajar para o Iraque. Regina Lynch, então diretora de projetos e agora Presidente Executiva da ACN, teve a honra de acompanhá-lo, em março de 2021. Destaques emocionantes foram as visitas a Mossul e Karakosh, de onde o grupo Estado Islâmico havia deslocado milhares de cristãos em 2014, os quais agora estavam voltando para a sua pátria com o apoio da ACN.
Nos seus doze anos de pontificado, Francisco sofreu ao ver o aumento dramático de guerras e de violência no mundo, particularmente na África e no Oriente Médio e, a partir de fevereiro de 2022, também na Ucrânia. Diante da "Terceira guerra mundial combatida em pedaços" – como ele descreveu a situação global –, o Papa Francisco apelou repetidamente para a consciência dos poderosos, para as orações dos simples e para a intercessão de Nossa Senhora.
Consciência, oração e o sofrimento do mundo
Na Festa da Imaculada Conceição de Maria, em 2022, ele chorou ao falar sobre a guerra na Ucrânia. Ele estava disposto a ir pessoalmente até Moscou e Kiev para "negociar" a paz. A consagração do mundo e especialmente da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, em 25 de março de 2022, foi um momento marcante do seu pontificado.
No domingo de Páscoa deste ano jubilar, o Papa Francisco – gravemente enfermo – deu pela última vez a bênção "Urbi et Orbi". Em sua mensagem, ele escreveu: "Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida. A Páscoa é a festa da vida!"
Na manhã seguinte, segunda-feira de Páscoa, ele voltou para junto de Deus. O mundo chora de saudades e, ao mesmo tempo, é confortado pelas próprias palavras de Francisco, de que a nossa existência não foi feita para a morte, mas para a vida. Portanto, até breve Francisco!
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