No dia 14 de novembro celebraremos o 5º “Dia Mundial dos Pobres”, instituído pelo Papa Francisco, cujo tema, foi retirado do Evangelho de Marcos: «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7).

Esta passagem bíblica «Sempre tereis pobres entre vós» é, por vezes, interpretada de forma equivocada e está muito longe de uma atitude de indiferença à situação dos pobres em favor do amor e atenção a Jesus Cristo. Jamais o Senhor apregoou tal atitude. Pelo contrário! Esta passagem também pode ser entendida como uma recomendação de Jesus para que toda a ação, toda partilha seja construída na terra fértil da fé. Caso contrário, os discípulos seriam motivados por razões frágeis que aliviariam a necessidade, mas sem trazer uma proposta de salvação.

No Brasil, a Igreja adotou também o lema “Sentes Compaixão?” Uma pergunta inquietante, que nos leva a refletir sobre o que estamos fazendo pelos irmãos e irmãs que precisam de ajuda. A verdade bíblica que nos ensina que há mais alegria em dar do que em receber segue, aos poucos, sendo clarificada em nossas vidas. Assim aconteceu, por exemplo, com São Francisco de Assis, Santa Teresa de Calcutá e tantos outros santos, que eram felizes quando faziam os outros felizes.

Essa é a natureza da ACN, que não existe para si mesma, mas existe para o outro, sobretudo para o que sofre e é perseguido!

Caros amigos e benfeitores, quando partilhamos, encontramos Jesus, assim como os discípulos de Emaús O reconheceram na partilha do pão. Ao ajudar alguém, inevitavelmente somos também ajudados. O que poderemos dizer então sobre ajudar alguém mesmo após a nossa partida definitiva para a casa do Pai?

Um gesto que pode frutificar

Sim, esta é uma possibilidade que muitos benfeitores já optaram por fazer ao deixar parte de sua herança para a ACN. É um gesto que permite socorrer crianças que passaram por situação de guerra na África e Oriente Médio e são acolhidas por freiras; um gesto que pode ser revertido na construção de uma capela no sertão nordestino, cujo povo tem sede de Deus; um gesto que pode frutificar a vida em terrenos que hoje se gera a morte. Deus se faz pobre entre os pobres para que também possamos alcançá-lo na prática do nosso amor. Fique com esta reflexão, reze e
sinta em seu coração se há também essa vontade de ajudar por meio da sua herança.

Nós, da Fundação Pontifícia ACN, assumimos como atitude permanente de nossa missão e carisma o serviço pastoral aos nossos irmãos e irmãs vitimados pela pobreza e pelas diversas formas de carências, em especial os que sofrem perseguição por causa de sua fé e amor a Jesus Cristo.

Por fim, concluo com um desejo do Santo Padre para o Dia Mundial dos Pobres: “Faço votos de que o Dia Mundial dos Pobres, chegado já à sua quinta celebração, possa radicar-se cada vez mais nas nossas Igrejas locais e abrir-se a um movimento de evangelização que, em primeira instância, encontre os pobres lá onde estão”.

Ânimo! Só há vantagens em ajudar e promover a salvação. Que Deus nos inspire a mais este ato heroico de nossa fé.

Fr. Rogério Lima, O. Carm
Assistente Eclesiástico Nacional

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