A salvação começou com a Anunciação e o “sim” de Maria. Para São José, a princípio foi uma catástrofe. Até que Deus lhe comunicou em sonhos os seus planos. José obedeceu e desempenhou um “papel central na história da salvação”, assim como escreve o Papa Francisco em sua carta para o Ano de São José (Patris Corde). “São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação.”

As Irmãs da Anunciação, na Diocese de Pemba, em Moçambique, estão em segundo plano, tal como São José. Estão entre as primeiras que cuidam das feridas da alma. Elas e os padres repetidamente se deparam com traumas no trabalho pastoral. São feridas abertas na vida de inúmeras pessoas pela perda de entes queridos devido ao terrorismo; pela perda de bens e propriedades devido a expulsão ou catástrofes naturais; pela destruição dos projetos de vida daqueles que agora são refugiados.

Resgate da esperança

Como lidar com as pessoas que vagam desesperançadas e sem rumo? Estima-se mais de 600 mil, sendo que a maioria tem menos de vinte anos de idade. Como se cura a perda da pátria, da identidade? Como é possível salvá-las do desespero, que leva à superstição?

A Irmã Aparecida e o Bispo Luiz Fernando Lisboa sabem que os refugiados e deslocados precisam também de ajuda espiritual e psicológica. E é isto que eles pretendem fazer. Em cursos intensivos, religiosas, padres e leigos recebem uma formação sobre o contexto psicossocial e aprendem como acolher os traumatizados, oportunizando o resgate da esperança.

Está nascendo uma pastoral destinada a redirecionar as pessoas para a vida quotidiana, tornando-as aptas a dominar os seus traumas. A ACN se comprometeu em ajudar com os custos que envolvem essa formação (desde o deslocamento, alojamento, alimentação e material didático) para que as religiosas, padres e leigos possam se preparar melhor diante das exigências locais. Dessa forma, os corações partidos ficarão curados e as feridas da alma cicatrizarão.

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