Um bispo em Moçambique revelou que extremistas disfarçados com uniforme militar (terroristas) reuniram uma multidão de pessoas antes de separar os cristãos, degolando suas gargantas um a um. Em declaração a ACN, Bispo Alberto Vera Aréjula de Nacala revelou os detalhes do terrível ataque que aconteceu um dia depois do assassinato de uma freira italiana em Chipene, em 6 de setembro.
Bispo Vera disse: " Isso nos foi contado por um irmão de uma das vítimas. Ele disse que terroristas estavam vestidos com uniformes militares, eles reuniram a população e disseram que era porque estavam ali para salva-los. Quando eles estavam todos reunidos, começaram a perguntar quem era muçulmano e quem era cristão. Aqueles que se identificaram como cristãos, eles começaram a amarrar suas mãos para trás e cortaram suas gargantas. Um cristão conseguiu fugir e nos contou a história. Isso foi o que aconteceu entre a noite de 6 de setembro e o dia seguinte – 11 pessoas foram assassinadas no total e deixaram um rastro de destruição e muito medo."
Terroristas espalham medo e terror
Em 6 de setembro, terroristas atacaram uma missão católica em Chipene e mataram, a tiros, a irmã Maria de Coppi, além de incendiar a igreja, o centro de saúde dentre outros edifícios. " Eu a conhecia e ela era a imagem de uma mãe, muito prestativa a todos com amor simples e humildade. Vamos abrir um processo para determinar se ela foi martirizada", diz o bispo.
" Irma Maria de Coppi foi uma enfermeira que ajudava crianças desnutridas numa salinha onde havia leite e farinha, e eles destruíram a sala também. A Irma que eles assassinaram trabalhava com bebês e crianças desnutridas, eles estão deixando bem claro que não nos querem lá. Por enquanto nós não vamos retornar, mas iremos trabalhar com a missão de outra forma."
Não é apenas um conflito religioso
Apesar de muitos terroristas expressarem uma agenda islamista, e o Daesh (Estado Islâmico) ter reivindicado seu envolvimento no pais, Bispo Vera ressaltou que não se trata estritamente de um conflito religioso. Segundo ele "aqueles com a agenda Islamica fundamentalista são geralmente estrangeiros. Estão construindo mesquitas e criando confusão entre os demais muçulmanos. Em Nacala, existem ao menos 4 grupos diferentes de muçulmanos, que são marcadamente diferentes. Os verdadeiros muçulmanos se sentem unidos com os cristãos e vivem lado a lado."
E adicionou: " O líder deste movimento, quer seja jihadista, terrorista ou criminoso, se beneficia da situação por razões monetárias. Eles querem que vejamos isso como uma luta religiosa, mas eu não concordo. E não sou o único que pensa assim."
Eco do Amor
última edição
Artigos de interesse
Igreja pelo mundo