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Seis anos após a invasão do grupo Estado Islâmico

Publicado em: agosto 5th, 2020|Categorias: Notícias|Views: 665|

Seis anos após a invasão do grupo Estado Islâmico (EI), a reconstrução da Igreja no Iraque é um farol de luz para Qaraqosh. Em 6 de agosto de 2014, as unidades do EI conquistaram e arrasaram os assentamentos cristãos da Planície de Nínive, ao norte e leste de Mosul. Cerca de 120.000 cristãos tiveram que fugir da noite para o dia. Qaraqosh, também conhecida como Bajdida, 32 quilômetros a leste de Mosul, era a maior cidade cristã do Iraque.

Depois que as forças iraquianas e seus aliados conseguiram recuperar os territórios, em outubro de 2016, dezenas de milhares de cristãos deslocados retornaram às ruínas de suas cidades de origem. De acordo com os dados mais recentes publicados pelo Comitê de Reconstrução de Nínive (NRC), quase 50% das 11.111 famílias cristãs residentes antes da invasão do EI retornaram a Qaraqosh.

No sexto aniversário desta “noite sombria” para o cristianismo iraquiano, há outros vislumbres de luz e esperança. Um deles, sem dúvida, é o trabalho em andamento para a restauração da Grande Igreja Sírio-Católica Al-Tahira (Igreja da Imaculada Conceição), com a ajuda da ACN. A Fundação Pontifícia é uma das principais parceiras dos programas de construção e reconstrução para as comunidades cristãs da Planície de Nínive.

Muita perda e destruição

“Esta igreja é um dos centros mais importantes da Igreja Católica. O ataque do grupo Estado Islâmico à cidade causou muita destruição e devastação. A igreja foi severamente danificada, incendiada, com objetos de valor e móveis saqueados. A torre da Igreja foi dinamitada. Várias pinturas e objetos religiosos foram gravemente danificados”, explica o Padre Ammar Yako, supervisor das obras de restauração em Al-Tahira.

O pátio da igreja continha uma réplica da gruta de Lourdes. Durante a ocupação do EI de agosto de 2014 a outubro de 2016, foi utilizado como campo de tiro. Ainda podem ser vistos buracos de bala nas paredes. Em 2016, quando o EI fugiu, manuscritos e os demais livros de oração foram queimados dentro da Igreja.

“Os móveis da igreja eram muito valiosos, assim como uma cruz de prata pura que, acredita-se, continha um pedaço da cruz real. Ela pode ter sido roubada pelos terroristas. Uma pintura célebre e inestimável da Virgem Maria foi completamente queimada e destruída. Ataques com mísseis, operações de sabotagem e até condições climáticas conspiraram para ajudar a destruir a igreja.”

Reconstrução da Igreja incentiva cristãos

O Padre Yako explica o profundo significado por trás da obra: “A reconstrução da igreja de Al Tahira incentiva os cristãos a ficarem aqui. A igreja, consagrada em 1947, foi construída ao lado da localização de uma antiga igreja sírio-católica. Ela tinha o mesmo nome e é fruto do trabalho e das contribuições dos pais e avós. Todo cristão aqui sente que a igreja faz parte de seu sangue, sua história e sua herança ”, disse o Padre Yako. Para a construção da igreja, erguida entre 1932 e 1948, os agricultores doavam parte de sua colheita a cada ano.

“Muitos cristãos se sentiram frustrados e magoados quando, ao voltar do exílio no Curdistão, viram sua igreja destruída e queimada. Quando as obras de reconstrução começaram, eles recuperaram a esperança de retornar para a igreja e que sua santidade e beleza melhorariam novamente a vida da comunidade. ”

A ACN está ajudando na restauração da Igreja de Al-Tahira, a maior igreja católica-síria do Oriente Médio. É importante por causa de seu significado histórico – no subsolo estão os restos da antiga igreja. Mas também por causa de seu design notável e valor artístico: seu teto repousa sobre 22 pilares de mármore de Mosul. Eles eram uma das joias da igreja e foram danificados por rachaduras externas e internas devido ao incêndio dentro da igreja e ao bombardeio da torre. Além disso, os arcos e colunas adjacentes ao altar precisavam de reparos. Em 2018, o prédio teve que ser fechado para orações e celebrações religiosas por causa de riscos à segurança das pessoas.

Projeto de reconstrução é fundamental para comunidade

“O projeto de reconstrução também é muito importante, pois é em Al-Tahira que a Igreja local recebe os dignitários e delegações visitantes. É a primeira parada para todos os visitantes importantes por causa do valor histórico e sagrado da igreja. É onde as principais cerimônias e eventos oficiais acontecem.”
Nomeada em homenagem à Imaculada Conceição, definida como dogma pelo Papa Pio IX, em 1854, a Igreja Al-Tahira quer manter a devoção a Nossa Senhora: “Pretendemos criar um panorama da vida da Virgem Maria nos corredores externos. Em uma sala separada, esperamos coletar e exibir partes danificadas da igreja – itens religiosos, pinturas e outros objetos, incluindo partes da parede com slogans do EI. Assim, o mundo pode ter evidências do que o terrorismo infligiu a todos nós.

Para os benfeitores da ACN, o Padre Yaako disse: “Embora atrasado pelo coronavírus, o trabalho continua nas colunas da igreja, no telhado e na cúpula. Em seguida virá o trabalho nas varandas externas e mais tarde na torre. Também estamos reconstruindo o altar. Agradecemos a todos que estão contribuindo para a restauração de Al-Tahira. Que seus muros logo reverberem com orações dos fiéis!”

A ACN continua ajudando os cristãos que sofrem perseguição no mundo todo, tanto com ajuda emergencial para que não lhes falte o básico em alimentos e cuidados como também criando estruturas para que possam viver sua fé. Mas muito ainda precisa ser feito e sua ajuda é o que pode fazer diferença na vida de cada um. Clique aqui e faça a sua doação!

A ACN e o Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos

O episódio da expulsão dos cristãos pelo grupo Estado Islâmico na noite do dia 6 de agosto de 2014 foi o que originou o Dia de Oração Pelos Cristãos Perseguidos. Além da ajuda concreta para criar estruturas para que esses cristãos pudessem sobreviver, a ACN mobilizou esse dia de oração que hoje se estende para todos os cristãos que sofrem perseguição, não apenas no Oriente Médio, mas no mundo todo.

Assista também o documentário Nínive, Isto é Fé, sobre os cristãos que precisaram fugir na noite do dia 6 de agosto de 2014.

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