No Iraque, violência e terror são diários. Podem atingir qualquer um, mas sobretudo os cristãos.

Um exemplo: no final de outubro de 2010, homens mascarados, pesadamente armados, invadiram a catedral siro-católica de Bagdá. Cerca de cem fiéis estão reunidos no anoitecer desse domingo para a celebração eucarística. Tiros ressoam pela catedral, granadas explodem, gritaria e pânico. Mais de 50 pessoas morrem, entre elas crianças, jovens e dois padres. Dezenas de feridos. O ataque terrorista suscita horror no mundo inteiro. Aos cristãos do Iraque, dos quais só em Bagdá há cerca de 150 mil, atinge profunda insegurança. Começa uma nova onda de emigrações.

E no entanto, muitos cristãos querem permanecer na própria pátria. Eles tomam coragem novamente, porque sentem a solidariedade de muitos milhares de pessoas que rezam e fazem doações, no mundo inteiro. Também vocês dão esse sustento às irmãs e aos irmãos oprimidos, ameaçados e perseguidos. Por exemplo, a pedido do arcebispo da Igreja Siro-Católica de Bagdá, Mar Ephrem Yousif Abba, o ensino religioso para crianças cristãs é financiado nas escolas públicas. De acordo com o que diz o arcebispo, o governo de Bagdá paga atualmente o salário de cinco professores de religião: quatro ensinam islamismo, mas só um, cristianismo. Os 150 meninos e meninas de famílias cristãs, na idade de seis a doze anos, só têm uma aula de religião; os muçulmanos, duas. E já que nesse horário vago eles deveriam assistir à aula islâmica, o arcebispo contratou por conta própria mais duas professoras. Os custos para os salários das duas pedagogas compreendem valores que a arquidiocese não tem. O arcebispo Abba se dirige à Ajuda à Igreja que Sofre: esse projeto, sustentado pela ajuda de vocês, “contribui para a educação das crianças na fé cristã e para encorajá-las a frequentar a igreja católica.” Nós queremos ajudá-lo.

O Iraque precisa do anúncio da Boa Nova, diz o arcebispo Abba, mais urgentemente do que nunca. Permanecem imprescindíveis o testemunho pela paz e reconciliação e o empenho por uma convivência entre as etnias, religiões e confissões religiosas. Muitos católicos se engajam nisso, inclusive a comunidade paroquial Nossa Senhora do Livramento, que sofreu o atentado sangrento em outubro de 2010. Para ajudar os traumatizados, o Padre Aysar Saaed interrompeu os estudos em Roma e voltou para Bagdá. E agora se preocupa sobretudo com a pastoral juvenil. Ele quer reforçar os adolescentes na fé. Em especial na sexta-feira, dia santo semanal dos muçulmanos, as crianças e os adolescentes de todos os bairros de Bagdá vêm à paróquia. Um problema: os meios de transporte públicos praticamente não funcionam, táxis ou conduções particulares são extremamente caros. Por isso a paróquia adquiriu um ônibus escolar. A Ajuda à Igreja que Sofre colaborou também aqui. O ônibus vai buscar as crianças e as leva de novo para casa – o que não é um luxo na cidade das bombas e do terror.

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