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Papa pede outro caminho para Gaza

Publicado em: setembro 18th, 2025|Categorias: Notícias|Views: 390|

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A Faixa de Gaza está passando por um dos períodos mais sombrios de sua história recente. Profundamente comovido, o Papa Leão XIV ergueu sua voz mais uma vez para convocar a comunidade internacional a encontrar uma solução que não seja o exílio forçado que a população civil enfrenta atualmente: “Precisamos encontrar outro caminho”, afirmou.

Nesse contexto de violência e caos, no entanto, a paróquia católica da Sagrada Família, no bairro de Zeitoun, na cidade de Gaza, permanece um oásis de vida em meio à devastação. O pároco, o argentino Gabriel Romanelli, juntamente com outros dois sacerdotes, duas irmãs religiosas do Instituto do Verbo Encarnado e três Missionárias da Caridade, cuida de cerca de 450 refugiados, em sua maioria católicos e ortodoxos, mas também muçulmanos e pessoas com deficiência.

“Estamos bem, graças a Deus, embora a situação seja terrível. Ninguém sabe para onde essa guerra está indo”, disse o Padre Romanelli, em uma mensagem à ACN, enviada no fim de semana. “Compartilhamos o que temos com nossos vizinhos, mas o que é realmente importante é que a guerra termine.”

A realidade da população de Gaza

Falando de Jerusalém na quinta-feira (18.09.25), o diretor do Escritório de Desenvolvimento do Patriarcado Latino, George Akroush, confirmou que as pessoas em Gaza descreveram uma realidade extremamente dramática e dolorosa que piorou nas últimas semanas. “A população civil continua a sofrer com bombardeios, deslocamentos e uma escassez aguda de alimentos, remédios e eletricidade. Nos últimos dias, o exército israelense começou a demolir casas a apenas algumas centenas de metros do complexo católico, aparentemente em preparação para uma futura operação terrestre, já que as ruas na cidade de Gaza são muito estreitas para tanques ou grandes veículos militares. Com isso, essas demolições próximas mantêm as famílias em constante medo e preocupação.”

Apesar da intensificação da ofensiva militar israelense contra a cidade de Gaza, entretanto, os religiosos que servem na paróquia decidiram ficar. “Diante da realidade dos idosos, dos doentes, dos exaustos, dos deprimidos e das crianças, parece-nos que o Senhor está nos pedindo para ficar e continuar a servir aqueles que sofrem. Essa é uma simples observação humana e espiritual”, disse o Padre Romanelli.

George Akroush tranquilizou a ACN de que o Patriarcado acredita que essa é a escolha certa, dadas as circunstâncias. “Permanecer no complexo é de fato uma decisão sábia de nosso povo, já que nenhum lugar em Gaza pode ser verdadeiramente considerado seguro. Aqueles que partiram estão passando por algumas das piores situações de suas vidas: barracas são montadas no meio das ruas, as condições de higiene são extremamente precárias e há uma grave escassez de tudo. Acima de tudo, a morte está em toda parte, e o fato é que não existe um lugar seguro em Gaza.”

Sinais de esperança em meio ao caos

O horror dessa tragédia humanitária não conseguiu apagar todos os traços de alegria. Nas últimas semanas, a paróquia testemunhou eventos que, em outro lugar e em outro tempo, pareceriam comuns, mas que aqui beiram o milagre: um casamento entre dois jovens refugiados, o nascimento do pequeno Marco – o cristão mais jovem da comunidade – e a imposição de escapulários a um grupo de crianças, jovens e adultos nas festas de Nossa Senhora.

“O Senhor mostrou sua bondade e sua presença neste recém-nascido”, disse o Padre Romanelli em sua mensagem. As atividades no oratório de São José retomaram no final de agosto, após uma interrupção de dois meses, e o Padre Gabriel chegou a dizer à ACN, dois dias antes da ofensiva israelense de terça-feira, que queria começar a escola novamente no fim de semana. Além disso, a esses sinais de vida somou-se outro motivo de alegria, a proximidade do Papa, que telefonou em várias ocasiões para perguntar sobre a comunidade e abençoá-la.

A ACN junta sua voz ao apelo recente do Papa Leão XIV para que a comunidade internacional faça um esforço urgente e coordenado para abrir caminhos de paz, proteger os vulneráveis e garantir ajuda humanitária suficiente. Em conclusão, “continuamos a rezar e tentamos fazer o bem a todos”, conclui o Padre Romanelli. “Obrigado a todos que nos apoiam. Continuem a rezar por nós e por todos que trabalham pela paz.”

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