Quando um padre descreve sobre sua condição como sacerdote, ele precisa levar em conta que vai ter de enfrentar suspeita, aversão, até mesmo desprezo, agressão ou, na melhor das hipóteses, ironia. Na opinião pública, o sacerdócio é frequentemente denunciado e ridicularizado como uma máquina de poder, um obstáculo para o progresso e um refúgio para os abusadores. É verdade, o padre pode trair sua vocação e se transformar em um enorme escândalo, ou até mesmo em uma vergonha para a Igreja. Mesmo assim, Deus o escolheu para ser um mediador entre o céu e a terra.
O padre é o "projeto" de Deus para a salvação do mundo, que não pode ser substituído por nada nem por ninguém. É Deus quem toca o escolhido e o designa para que ele, por sua vez, torne Deus tocável para os homens. "Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi…" (Jo 15,16). Portanto, o padre não tem seus próprios projetos a realizar ou sua própria carreira a seguir, pois entregou toda a sua existência a Cristo e deve proclamar as palavras de seu Mestre.
O padre deve ter a coragem de proclamar neste mundo a simples realidade da fé, sem rodeios nem subterfúgios. A presença de Deus traz luz ao coração das pessoas e provoca a purificação da consciência.
O padre é o ministro da reconciliação
O verdadeiro fardo e a doença do nosso tempo é justamente o silenciamento da consciência. Quando o pecado não é mais reconhecido como pecado, o caminho para a salvação permanece fechado e a própria alma corre o risco da morte eterna. E o padre, como representante de Cristo, tem sobretudo a missão de tirar o pecado do mundo na confissão e na Santa Missa. Por isso que o padre também deve santificar-se. O coração puro abre-nos então o acesso à Sagrada Eucaristia, a qual contém toda a vida de Deus.
Caros amigos, apoiar os padres está entre os projetos mais importantes da ACN. É um projeto de pecadores para pecadores, a fim de libertar o mundo do pecado e colocá-lo em contato com o amor de Deus. É por isso que os padres precisam das orações de vocês, de sua fé e de sua ajuda. Neste espírito, São João Henrique Newman se dirigiu aos fiéis, em nome dos sacerdotes: "Nós não somos anjos do céu que falam para vocês, mas homens que a graça, e só a graça, fez diferente de vocês… Agora, portanto, não se esqueçam daqueles que são ministros de sua reconciliação; e assim como eles lhes pedem que façam suas pazes com Deus, assim também, quando estiverem reconciliados, rezem para que eles obtenham o grande dom da perseverança; que possam permanecer na graça na qual agora acreditam estar, para que, depois de ter pregado aos outros, não sejam eles mesmos um mal testemunho".
Pe. Martin M. Barta
Assistente Eclesiástico Internacional
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