“O pão nosso de cada dia nos dai hoje…” Na Venezuela, o que nós recitamos muitas vezes na Missa sem pensar, é um pedido angustiante. Não existe o ‘pão de cada dia’; a fome determina a vida do povo e a enorme inflação corrói todas as bases da vida.

A moeda nacional, o bolívar, está em queda livre e a hiperinflação arrasta consigo também o dólar. O que custava dez dólares há um ano, agora custa mais de 30. O coronavírus  paira por cima de tudo. Há escassez de remédios, farinha, leite, arroz, sabão, artigos de higiene em geral. As pessoas estão fugindo para sobreviver; cinco milhões já emigraram, a maioria para a Colômbia. “Nós permanecemos com os pobres”, diz Madre Felipa, das Irmãzinhas dos Pobres em Maiquetía. Madre Felipa é espanhola e poderia partir, de volta para a sua pátria, mas não passa pela sua cabeça abandonar as crianças na escola com os olhos cheios de expectativa, as mães diante das panelas vazias, nem os doentes sem remédios.

As irmãs dão tudo e não precisam de quase nada

Maria Larissa, das Irmãs Missionárias da Caridade, veio da Índia e, assim como suas nove coirmãs, ela não pensa por uma fração de segundo em abandonar seus protegidos. Para as 21 crianças com síndrome de Down ou outras necessidades especiais, isso significaria serem rejeitadas pela segunda vez. A maioria não conseguiria sobreviver. Na paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Orfilia e Milange, Servas do Santíssimo Sacramento, cuidam dos desabrigados que procuram restos de comida e papelão no lixo. A paróquia está localizada no bairro dos mais pobres, chamado Esperança. Amelia, Nelida e Barbara, das Irmãs Missionárias Eucarísticas de Nazaré, mantêm uma “sopa dos pobres” na paróquia de San Sebastián em Carayaca, onde distribuem não só uma refeição quente, mas também roupas. Alguns médicos dão assistência e prestam os primeiros
socorros. E as filas vão ficando cada vez mais longas.

Contudo, sem as 46 Irmãs de dez congregações, a esperança teria morrido há muito tempo para inúmeras pessoas na diocese de La Guaira. As Irmãs são os anjos da guarda visíveis da diocese. Elas dão tudo e não precisam de quase nada. O bispo Raúl Biord Castillo pede… não, ele mendiga por ajuda para as Irmãs. Ninguém sabe como as coisas vão continuar na Venezuela. Mas as Irmãs estão junto, e em seus rostos o povo lê: Deus está junto. Ele nos dá pão. Sua vontade seja feita, também na Venezuela como no Céu. Nós também estamos junto com eles? Sua doação pode ser a resposta!

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