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Oportunidade e esperança às famílias sírias

9 de novembro de 2018

O Bom Samaritano: oficinas de cicatrização ajudam famílias sírias a superarem os traumas da guerra

“A guerra não está perdendo a força e após oito anos há cicatrizes que nunca serão apagadas” – diz, com preocupação, o Padre Andrzej Halemba; o responsável por projetos para o Oriente Médio da Fundação Pontifícia ACN. Cada conflito militar é um catalisador para o sofrimento dos países devastados pela guerra; particularmente áreas onde há muitas crianças. Entretanto, a Síria não tem sido exceção. Os efeitos dessas experiências estão muito além da capacidade humana para lidar com isto.

Esta é a razão pela qual a ACN está determinada a ajudar aqueles que sofrem espiritualmente e mentalmente. “O Bom Samaritano”, oficinas de cicatrização após o trauma da guerra na Síria, é uma das iniciativas apoiadas pela ACN. Além disso, os cursos são realizados Santuário Carmelita do Menino Jesus em Jounieh, no Líbano. “O tempo não cura o trauma. E é por isso que uma pessoa deve ser ajudada para expressar o seu sofrimento; além de enfrentar as más recordações. Se nós não ajudarmos as famílias e as comunidades sírias a se recuperarem, quem o fará? “, acrescenta Pe Halemba. E prossegue:

“O sofrimento da guerra não se extingue. Em vez disso, seus efeitos estão crescendo como um tumor, as figuras falam por si. Segundo a ONU, mais de 13 milhões de pessoas na Síria precisam de assistência humanitária, metade das quais são crianças. Eles correm maior risco, pois enfrentam ameaças crescentes de serem permanentemente mutilados por combates. Além disso, podem ser emocionalmente marcados por todos os abusos possíveis; incluindo estupro, casamentos forçados, trabalho escravo, escassez de alimentos e acesso mínimo à saúde ou à educação”, afirma o padre.

De acordo com seu relatório, elaborado após uma recente viagem ao país, “as sanções econômicas só pioram a situação. Ao contrário do que é declarado objetivamente, essas sanções punem a sociedade civil limitando a atividade humanitária no país devastado pela guerra. Desse modo, 6.6 milhões de pessoas têm sido internamente deslocadas e quase 3 milhões estão em áreas de difícil acesso e sitiadas”.

As igrejas locais, graças ao apoio internacional, estão desempenhando um papel vital na prestação de serviços de socorro abrangentes. “Os cristãos na Síria estão humildemente tentando viver em paz com o passado. No entanto, muitos deles estão espiritual e psicologicamente aflitos; então precisam desesperadamente de apoio”, diz o sacerdote polonês.

“A exposição à guerra e ao estresse do pós-guerra, a longo prazo, pode causar sérias conseqüências psicológicas. É universalmente verdade que experiências horripilantes são tão profundamente perturbadoras que podem até ser esmagadoras. Especialmente para crianças. O trauma causado pela guerra implica em mudanças comportamentais dramáticas; as quais levam a problemas de relacionamento, violência, entre outros transtornos mentais. Afinal, um grave surto de trauma pós-conflito era de se esperar .

Isso é o que ouço e testemunho quando viajo para a Síria”. A desordem do estresse pós-traumático é apenas uma delas; considerando o amplo espectro de reações pós-traumáticas. “O tempo não cura o trauma. Por isso, uma pessoa deve ser ajudada a expressar o sofrimento, confrontando memórias ruins. Pois se não a ajudarmos, quem o fará?”, insiste Pe. Halemba.

“Por essa razão, a ACN inicia este novo projeto para apoiar e orientar a cura de pessoas com sofrimento psicológico; especialmente as crianças. No entanto, devido à escassez de oferta e à vertiginosa subida dos preços dos serviços médicos, a maioria das pessoas na Síria não podem receber qualquer tratamento”, reflete o Padre.

Oportunidade e esperança às crianças e jovens da Síria

O curso do Bom Samaritano para a cura do trauma é realizado em cooperação com os parceiros locais da Igreja; bem como leigos de outros países. Este não será um evento, mas um programa constante, incluindo reuniões semanais de acompanhamento combinadas com assistência individual, reforçadas com sessões de renovação. A primeira sessão aconteceu de 8 a 23 de outubro de 2018.  Ocorreu no Santuário Carmelita do Menino Jesus, em Jounieh, no Líbano. Principalmente para o clero e os leigos, que irão executar o projeto na Síria depois.

Um relatório recente da Unicef revelou que 2017 foi o pior ano da guerra; afinal, 910 jovens sírios foram mortos. De acordo com este relatório, a maioria das crianças experimentou um bombardeio nas proximidades. De fato, elas estão traumatizadas pela tristeza, pesadelos extremos, além de recordações relâmpagos diárias; sobretudo flashbacks relacionados à eventos horríveis, medo, insegurança e amargura. Cerca de 50% tinham sido baleados por atiradores e 66% estavam em uma situação em que achavam que iriam morrer.

Quase uma,em cada quatro crianças, foi ferida no conflito. Além disso, o número de órfãos aumentou muito. Esta “geração perdida” tem menos de 15 anos de idade e nunca frequentou a escola, sendo analfabeta. Muitos deles estão em estado de depressão e já tentaram o suicídio. A mortalidade infantil aumentou 50% no ano passado; além disso o número de jovens soldados triplicou desde 2015.

O Padre Halemba salienta que a ACN fará o seu melhor para encorajar projetos que ofereçam às crianças e jovens da Síria uma oportunidade de esperança. Ambos, serão beneficiados através do patrocínio de acampamentos espirituais de verão, retiro familiar, além de programas de clubes de verão e dias de encontros regionais de juventude. “Para muitos deles, é a primeira vez que participam de tais eventos juvenis”.

A ACN apoia Igrejas locais na assistência àqueles que sofrem na Síria; sendo o curso “Bom Samaritano para o projeto de cura do trauma”, uma outra iniciativa da Fundação. Além do efeito terapêutico, se espera que estudos sobre a exposição ao trauma e transtornos de estresse pós-traumático, sejam um indicativo de estratégias adicionais para organizações humanitárias especializadas nesse campo.

Há oito longos anos, desde o início da guerra na Síria, que os benfeitores da ACN apoiam gentilmente nossos irmãos e irmãs pobres e perseguidos com mais de 650 projetos.

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O Bom Samaritano: oficinas de cicatrização ajudam famílias sírias a superarem os traumas da guerra

“A guerra não está perdendo a força e após oito anos há cicatrizes que nunca serão apagadas” – diz, com preocupação, o Padre Andrzej Halemba; o responsável por projetos para o Oriente Médio da Fundação Pontifícia ACN. Cada conflito militar é um catalisador para o sofrimento dos países devastados pela guerra; particularmente áreas onde há muitas crianças. Entretanto, a Síria não tem sido exceção. Os efeitos dessas experiências estão muito além da capacidade humana para lidar com isto.

Esta é a razão pela qual a ACN está determinada a ajudar aqueles que sofrem espiritualmente e mentalmente. “O Bom Samaritano”, oficinas de cicatrização após o trauma da guerra na Síria, é uma das iniciativas apoiadas pela ACN. Além disso, os cursos são realizados Santuário Carmelita do Menino Jesus em Jounieh, no Líbano. “O tempo não cura o trauma. E é por isso que uma pessoa deve ser ajudada para expressar o seu sofrimento; além de enfrentar as más recordações. Se nós não ajudarmos as famílias e as comunidades sírias a se recuperarem, quem o fará? “, acrescenta Pe Halemba. E prossegue:

“O sofrimento da guerra não se extingue. Em vez disso, seus efeitos estão crescendo como um tumor, as figuras falam por si. Segundo a ONU, mais de 13 milhões de pessoas na Síria precisam de assistência humanitária, metade das quais são crianças. Eles correm maior risco, pois enfrentam ameaças crescentes de serem permanentemente mutilados por combates. Além disso, podem ser emocionalmente marcados por todos os abusos possíveis; incluindo estupro, casamentos forçados, trabalho escravo, escassez de alimentos e acesso mínimo à saúde ou à educação”, afirma o padre.

De acordo com seu relatório, elaborado após uma recente viagem ao país, “as sanções econômicas só pioram a situação. Ao contrário do que é declarado objetivamente, essas sanções punem a sociedade civil limitando a atividade humanitária no país devastado pela guerra. Desse modo, 6.6 milhões de pessoas têm sido internamente deslocadas e quase 3 milhões estão em áreas de difícil acesso e sitiadas”.

As igrejas locais, graças ao apoio internacional, estão desempenhando um papel vital na prestação de serviços de socorro abrangentes. “Os cristãos na Síria estão humildemente tentando viver em paz com o passado. No entanto, muitos deles estão espiritual e psicologicamente aflitos; então precisam desesperadamente de apoio”, diz o sacerdote polonês.

“A exposição à guerra e ao estresse do pós-guerra, a longo prazo, pode causar sérias conseqüências psicológicas. É universalmente verdade que experiências horripilantes são tão profundamente perturbadoras que podem até ser esmagadoras. Especialmente para crianças. O trauma causado pela guerra implica em mudanças comportamentais dramáticas; as quais levam a problemas de relacionamento, violência, entre outros transtornos mentais. Afinal, um grave surto de trauma pós-conflito era de se esperar .

Isso é o que ouço e testemunho quando viajo para a Síria”. A desordem do estresse pós-traumático é apenas uma delas; considerando o amplo espectro de reações pós-traumáticas. “O tempo não cura o trauma. Por isso, uma pessoa deve ser ajudada a expressar o sofrimento, confrontando memórias ruins. Pois se não a ajudarmos, quem o fará?”, insiste Pe. Halemba.

“Por essa razão, a ACN inicia este novo projeto para apoiar e orientar a cura de pessoas com sofrimento psicológico; especialmente as crianças. No entanto, devido à escassez de oferta e à vertiginosa subida dos preços dos serviços médicos, a maioria das pessoas na Síria não podem receber qualquer tratamento”, reflete o Padre.

Oportunidade e esperança às crianças e jovens da Síria

O curso do Bom Samaritano para a cura do trauma é realizado em cooperação com os parceiros locais da Igreja; bem como leigos de outros países. Este não será um evento, mas um programa constante, incluindo reuniões semanais de acompanhamento combinadas com assistência individual, reforçadas com sessões de renovação. A primeira sessão aconteceu de 8 a 23 de outubro de 2018.  Ocorreu no Santuário Carmelita do Menino Jesus, em Jounieh, no Líbano. Principalmente para o clero e os leigos, que irão executar o projeto na Síria depois.

Um relatório recente da Unicef revelou que 2017 foi o pior ano da guerra; afinal, 910 jovens sírios foram mortos. De acordo com este relatório, a maioria das crianças experimentou um bombardeio nas proximidades. De fato, elas estão traumatizadas pela tristeza, pesadelos extremos, além de recordações relâmpagos diárias; sobretudo flashbacks relacionados à eventos horríveis, medo, insegurança e amargura. Cerca de 50% tinham sido baleados por atiradores e 66% estavam em uma situação em que achavam que iriam morrer.

Quase uma,em cada quatro crianças, foi ferida no conflito. Além disso, o número de órfãos aumentou muito. Esta “geração perdida” tem menos de 15 anos de idade e nunca frequentou a escola, sendo analfabeta. Muitos deles estão em estado de depressão e já tentaram o suicídio. A mortalidade infantil aumentou 50% no ano passado; além disso o número de jovens soldados triplicou desde 2015.

O Padre Halemba salienta que a ACN fará o seu melhor para encorajar projetos que ofereçam às crianças e jovens da Síria uma oportunidade de esperança. Ambos, serão beneficiados através do patrocínio de acampamentos espirituais de verão, retiro familiar, além de programas de clubes de verão e dias de encontros regionais de juventude. “Para muitos deles, é a primeira vez que participam de tais eventos juvenis”.

A ACN apoia Igrejas locais na assistência àqueles que sofrem na Síria; sendo o curso “Bom Samaritano para o projeto de cura do trauma”, uma outra iniciativa da Fundação. Além do efeito terapêutico, se espera que estudos sobre a exposição ao trauma e transtornos de estresse pós-traumático, sejam um indicativo de estratégias adicionais para organizações humanitárias especializadas nesse campo.

Há oito longos anos, desde o início da guerra na Síria, que os benfeitores da ACN apoiam gentilmente nossos irmãos e irmãs pobres e perseguidos com mais de 650 projetos.

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