Esperança em tempos sombrios: ajuda a jovens jordanianos, cristãos e muçulmanos

Há anos, o Reino Hachemita tem sido abrigo para os refugiados do Iraque. No entanto, milhares de refugiados também têm chegado da Síria. Eles estão fugindo da guerra e da violência, resultado de um islamismo cada vez mais militante. Há muitos cristãos entre aqueles que tiveram que fugir de suas casas “que perderam tudo, mas não desistiram de sua fé”, segundo padre Rifat Bader. O padre trabalha na Jordânia no desenvolvimento pastoral, mas também faz a comunicação e as relações públicas para o Patriarcado Latino de Jerusalém, que compreende Israel, Jordânia, Palestina e Chipre.

Quando questionado sobre como avalia a atual situação dos cristãos na Jordânia, ele responde com um exemplo concreto: “Na minha paróquia em Naour, que pertence ao Patriarcado Latino, vivemos e oramos com 40 refugiados todos os dias. O futuro é sombrio no momento. Os cristãos do Iraque não querem voltar para suas casas; eles só querem fugir para outros países. A Jordânia pode ser segura, mas eles não serão autorizados a permanecer aqui”.

Padre Rifat Bader construiu um centro de mídia em Amã e desenvolveu o site árabe-inglês “abouna.org” por meio de apoio financeiro da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sobre (AIS). Ambos os projetos buscam “não favorecer uma religião em detrimento das outras, mas promover um diálogo, especialmente entre cristãos e muçulmanos”, enfatizou. Em seguida, acrescentou: “Nós gostaríamos de ver que é possível coexistir pacificamente para que os cristãos permaneçam no Oriente Médio. Se as Nações Unidas ajudam com as escolas, com a habitação, com o trabalho, então por que os cristãos não podem ficar?”.

Segundo padre Rifat Bader, cerca de 180 mil cristãos nativos vivem atualmente na Jordânia e ele estima que 70 mil jordanianos cristãos vivam em outros países. Estes se uniram a milhares de refugiados cristãos do Iraque e da Síria que fugiram com seus compatriotas muçulmanos. “Muitos cristãos estão à espera de vistos para poderem deixar o país e migrarem para outros países. Iremos ajudá-los, mas ao mesmo tempo queremos dar-lhes mais do que apenas comida, ou seja, dignidade e reforço à sua identidade cristã”. Os desalojados estão abrigados pela primeira vez em centros de refugiados: a igreja mantém atualmente sete deles. As capacidades, no entanto, não são suficientes. “Precisamos de mais centros, porque, infelizmente, ainda mais refugiados virão”, disse padre Rifat Bader. Além do trabalho na comunicação, a AIS apoia vários programas de ajuda às famílias e crianças refugiadas, bem como pastoral juvenil.

Segundo padre Rifat Bader, especialmente a geração jovem enfrenta grandes desafios. Ele acredita que o futuro da Jordânia depende absolutamente de levar os jovens muito mais a sério. “Os jovens compõem setenta por cento da população da Jordânia. Não podemos ignorar as suas preocupações. Temos que chegar mais perto deles”. De acordo com o religioso, os extremistas usam a falta de perspectivas de trabalho e os graves problemas sociais dentro do país para fins de propaganda, também na Internet. Padre Rifat Bader disse: “Queremos trazer muçulmanos e cristãos de várias denominações em conjunto, deixar as portas abertas e procurar soluções. Queremos ir para as ruas e ir para as periferias, como pediu o Papa Francisco”.

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