A Fundação católica internacional «Ajuda à Igreja Que Sofre» faz uma chamada a ponderar criticamente e com alguma reserva as informações que aparecem nos meios sobre a situação na Síria.

O responsável por projetos, o padre Andrzej Halemba, afirma: «Mantenho uma relação permanente com representantes da Igreja na Síria. Algumas informações publicadas por meios ocidentais despertam ali autêntica indignação. Sentem-se instrumentalizados e enganados pelos meios internacionais e se queixam de que o Ocidente só defende seus próprios interesses».

Em condição de associação católica, «Ajuda à Igreja Que Sofre» (AIS) não considera que sua missão consista em fazer declarações políticas, mas ajudar as pessoas que sofrem. Entretanto, é preciso deixar claro «que a situação no país é muito mais complicada, e mais difícil de ser avaliada, do que ela vem sendo apresentada nos meios ocidentais. Muitos veículos assumem com ligeireza sua tarefa de informar. Parece que se ignora que também são fatos cotidianos as lutas internas de poder, as tensões religiosas entre os diferentes grupos muçulmanos, as lutas tribais, bem como os atos de vingança, revanches e a realidade de que no país a criminalidade está aumentando devido à situação instável».

Segundo as declarações do padre Halemba, uma pessoa do âmbito eclesiástico —cujo nome não é possível mencionar por motivos de segurança— comunicou à AIS: «Somos Testemunhas de vulgares falsificações que, com toda tranquilidade e falta de vergonha, transformam um ato no qual participaram umas cinqüenta pessoas em uma grande manifestação com centenas ou milhares de participantes. As fotos são montadas em estúdios, criados apenas para este fim, a partir de diferentes figuras, com a ajuda de programas de processamento de imagens». Quando se trata de servir a determinados interesses, em muitos casos, o que afirmam as testemunhas cai em ouvidos surdos. Inclusive chegou-se a empregar nos meios, imagens da guerra do Iraque e de conflitos passados para informar sobre a situação na Síria.

Além disso, Pe. Halemba declarou que a «Ajuda à Igreja Que Sofre» segue tendo uma grande preocupação pela situação das pessoas no país. A entidade já concedeu uma ajuda de emergência de 130.000 euros (aproximadamente R$ 324.000), que beneficia sobre tudo as famílias cristãs indigentes; 50.000 euros desta doação se destina às pessoas cercadas na cidade velha de Homs, ameaçadas pela fome, porque as vias por onde chegavam os alimentos foram interrompidas. Um representante da Igreja declarou à AIS que «pode-se dizer que os habitantes são usados como escudos humanos». Entretanto, a situação poderia melhorar em breve, o que tornaria possível prestar ajuda a estas pessoas.

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Um comentário

  1. Gladstone 19 de julho de 2012 at 18:03 - Responder

    Primavera árabe e inverno cristão.
    Que bom que existe um grupo como o AIS, que nos informa sobre a perseguição de cristãos.

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