A ACN – Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre – apresentou um livro em Roma para comemorar a vida do padre Ragheed Ganni, 10 anos depois de seu assassinato. Dez anos após a morte do padre Ragheed Ganni, sacerdote iraquiano assassinado em Mosul em 3 de junho de 2007, a ACN apresentou um livro sobre sua vida, escrito por outro sacerdote e seu amigo, o padre católico Rebwar Audish Basa. O lançamento do livro em sua homenagem ocorreu nos escritórios da seção italiana da ACN em Roma (Piazza San Calisto 16) no dia 1º de junho.

O livro, intitulado “Um sacerdote católico no Estado Islâmico – A história do padre Ragheed Ganni” incluirá seus escritos e testemunhos, até agora inéditos. “O maravilhoso testemunho da fé do padre Ragheed merece ser mantido presente na memória da Igreja”, afirma o prefácio do livro, escrito pelo Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, que conheceu o Padre Ragheed pessoalmente durante o seu trabalho como núncio apostólico no Iraque. Foi uma experiência aterradora, disse ele, para servir a Deus “no Iraque, onde a violência e o terrorismo roubavam diariamente dezenas de vidas”.

“Não posso fechar a casa de Deus”

Como secretário do Arcebispo Paulos Faraj Rahho, arcebispo católico caldeu de Mosul, e como pároco da Igreja do Espírito Santo, o padre Ganni foi repetidamente confrontado com a crueldade dos ataques islâmicos e testemunhou a violência sistemática destinada a eliminar os cristãos do Iraque. Em 2004, ele milagrosamente sobreviveu a uma tentativa de assassinato dirigida ao arcebispo de Mosul. Seguiram-se muitos ataques à sua igreja e muitas ameaças contra ele pessoalmente. Até que, finalmente, em 3 de junho de 2007, seu assassino o confrontou: “Eu já lhe disse para fechar a igreja, por que você não a fechou?”, disse o assassino. “Não posso fechar a casa de Deus”, disse o padre, antes de ser assassinado por uma chuva de balas.

Capa do livro sobre o Pe. Ragheed Ganni
Capa do livro sobre o Pe. Ragheed Ganni

O Iraque continuou desde então a ser um país de perseguição, e a barbárie islâmica finalmente atingiu o seu auge com a invasão pelo grupo autodenominado Estado Islâmico (EI) das cidades e aldeias das planícies de Nínive em 2014. Essa perseguição não poupou nem mesmo o túmulo do padre martirizado, na sua aldeia natal de Karamles, que foi destruído e profanado pelos fundamentalistas islâmicos.

Uma delegação da ACN, que foi ao Iraque visitar as aldeias cristãs na planície de Nínive, logo após a sua libertação do EI, encontrou sua lápide quebrada em vários pedaços, na qual havia sido escrito um resumo da vida do padre Ragheed. “Parece que os terroristas do EI não gostaram do que havia sido escrito ali”, escreve o padre Rebwar Basa. “Neste livro relacionamos o que eles tentaram apagar para sempre”.

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