A convicção pela vida cristã, apesar dos riscos, é a motivação da vida de Bita. Sua fé é o segredo de tanta ousadia. Bita compõe o reduzido número de cristãos que vivem no norte da Índia. Apesar de toda exuberância com seus costumes exóticos e tradições milenares, a Índia esconde uma realidade sombria atrás do véu multicores tão representativo em sua cultura. Os cristãos, cerca de 2% da população, vivem uma crescente onda de violência na região. A perseguição deve-se, em grande parte, ao surgimento de grupos fundamentalistas, promovido por grupos políticos religiosos, que se manifestam na crescente aplicação da lei anticonversão, já vigente em seis estados.

E é sob esse cenário de hostilidade que Bita cultiva sua fé diariamente. Ela não conhecia o cristianismo até o dia em que um catequista a abordou no meio do campo onde trabalhava e lhe deu de presente uma Bíblia. Assim como narra o profeta Isaías, a Palavra não voltou para Deus vazia, mas realizou todo propósito para o qual foi enviada, e Bita começou a sentir que aquela leitura estava provocando algo diferente em seu coração: “Fiquei amparada quando li a Bíblia e então continuei lendo e relendo minhas passagens favoritas”.

O marido de Bita logo percebeu que algo estava diferente. Ele estranhou o entusiasmo da esposa com o “livro” e a repreendeu, mas nem isso a desanimou e quanto mais ela lia, mais se envolvia com a fé: “O Evangelho diz que Jesus morreu por nós na cruz. Eu sinto que também estou pronta para isso. Meu sacrifício e minhas dificuldades são o que eu ofereço a Deus. Mesmo que outros nos ridicularizem”.

A ridicularização a qual Bita se refere é o comportamento hostil que os cristãos da Índia enfrentam diariamente. No caso dela há uma tripla razão pela qual a discriminação se torna mais acentuada. Além de ser mulher e cristã, Bita é dalit. Dalits é o nome para o nível mais baixo no sistema de castas na Índia. O povo dessa casta vive uma pobreza extrema, o que dá sentido à expressão dalit que significa “oprimido”. Dos 29 milhões de cristãos da Índia, cerca de 60% pertencem a essa casta.

“Sou pobre e às vezes imploro aos outros por comida e roupa para meus filhos. Estou sozinha e rejeitada neste mundo. Mas no fundo, eu sei que o Senhor está sempre comigo”, as palavras de Bita representam a voz de milhares de cristãos na Índia. Por isso, nessa Quaresma, a sua generosidade vai chegar aos cristãos da Índia. A ACN conta com você para provar a eles que a Igreja não os esqueceu. Muitos projetos já foram aprovados e agora esperam pela sua doação, pelo seu amor de responsabilidade.

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