“Façamos um ser humano, à nossa imagem e segundo nossa semelhança…” Gn 1,26. A bonita conversa da Trindade, antes de criar o homem e a mulher, nos inquieta sobre muitos pontos. Talvez a maior inquietação venha de imaginar que Deus, que é espírito, tem uma imagem, uma fisionomia transmitida como herança para a obra prima da criação: o ser humano.
Mas Deus nos fez para além da aparência, colocou em nosso DNA o desejo escondido de sermos semelhantes a Ele, de termos os mesmos sentimentos dEle e a fazer o que Ele mesmo fez e faz. Essa dimensão precisa ser construída de forma gratuita na nossa história e, por isso, nem sempre é correspondida, ofuscando o desejo de Deus na nossa vida.
Sempre que a humanidade preferiu caminhar sem Deus, escolheu o caminho contrário à própria realização e não encontrou sentido de vida. Contudo, a nossa felicidade depende dessa semelhança com o Criador. Como quando fazemos alguém sorrir, mesmo havendo motivos para chorar. Aí conseguimos ser a presença amorosa de Deus no mundo. E é isso que dá sentido à nossa existência, pois quanto mais se ama, mais nos tornamos Amor.
Diácono Bruno Redígolo
Colaborador ACN
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