Dia 1º de maio de 2018; Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Bangui, capital da República Centro-Africana, sofre ataque. Padre Federico Trinchero, do mosteiro carmelita de Notre-Dame du Mont Carmel, também localizado em Bangui, fala à ACN sobre o ocorrido.

ACN – O senhor pode explicar exatamente o que aconteceu nesse dia? Quantas pessoas estavam lá?

Padre Federico: O fato ocorreu depois do confronto entre a polícia e a gangue de milícias muçulmanas em Bangui, no bairro conhecido como KM5. A Igreja de Nossa Senhora de Fátima, cuidada pelos missionários combonianos, foi atacada no meio de uma missa celebrada para a festa de São José. O ataque deixou 16 mortos e 99 feridos inicialmente; mas agora o número já aumentou para 24 mortos e 170 feridos. Entre as vítimas estava o abade Albert Toungoumale-Baba – um dos sacerdotes com mais idade no clero em Bangui. Ele era de fato bem conhecido na diocese e estava presente na celebração.

Também não devemos esquecer o fato de que, pouco antes da Páscoa, outro padre e vários fiéis católicos foram assassinados na paróquia de Seko, na diocese de Bambari, no centro do país.

Por que esse novo surto de violência?

Infelizmente o bairro KM5 forma uma espécie de enclave muçulmano dentro da cidade, uma área de alta tensão. Ali, pessoas violentas e criminosas se escondem a fim de desestabilizar os bairros vizinhos; onde está localizada a Igreja de Nossa Senhora de Fátima.

Qual é a mensagem da Igreja pós esta tragédia?

Uma mensagem de paz e de recusa a vingança. Padre Albert, o padre assassinado, também trabalhava nesse mesmo espírito. Do mesmo modo,  O Cardeal Nzapalainga interveio com uma mensagem muito clara de paz. Devemos lembrar que o Cardeal é de fato uma das vozes mais respeitadas em todo o país; uma verdadeira autoridade moral que, com suas palavras, pode realmente impedir que esse episódio de 1º de maio se reproduza.

Existe alguma oração em particular que gostaria de pedir aos nossos benfeitores?

Clamamos a todos os nossos amigos e benfeitores da ACN para não esquecerem da República Centro-Africana. Um país que sofre há anos e parece ter sido condenado à guerra e à pobreza. Pedimos que orem por esta jovem Igreja, ainda frágil, mas também corajosa. Ademais, pedimos as suas orações pelos jovens candidatos ao sacerdócio; para que, seguindo o exemplo do Padre Alberto, possam estar dispostos, com coerência e generosidade, a oferecer a dádiva das suas vidas pela Igreja e pelo povo da República Centro Africana.

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