Mais um refugiado cristão chega ao Brasil, a Cáritas é solicitada, mas ninguém entende o idioma. Outra vez é preciso chamar o Moussa Diabate, um voluntário que fala 17 línguas, incluindo vários dialetos africanos. Mas nem sempre foi assim, nem sempre o Moussa esteve disposto a ajudar, antes esteve disposto a matar os cristãos.

Testemunho de conversão, e perseguição

Quando tinha 16 anos, seu nome era Mohammed, ele era o primogênito de 19 irmãos e pertencia ao povo nômade Tuaregue, vivia no Mali, no deserto do Saara. A família era muçulmana sunita e muito radical. Moussa Diabate, atualmente refugiado cristão, estudava na capital e ficou sabendo que um colega havia se convertido ao cristianismo depois de ter sido cuidado por religiosas católicas, quando foi abandonado no deserto com tuberculose por sua família. “Como ele se converteu, eu precisava matá-lo para poder salvar a sua alma e com isso eu salvaria a minha alma também, até a família dele queria vê-lo morto por conta da conversão. Fui até o hospital onde ele estava. Quando cheguei ele me disse: ‘sei o que você veio fazer aqui, mas antes deixa eu te dizer uma coisa: Jesus te ama’”.

Apesar de estar armado, não teve coragem de disparar. Moussa Diabate ficou um bom tempo pensando naquelas três palavras: Jesus te Ama. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas estava mudando. Até que o “impossível” aconteceu: ele se tornou cristão também. Achou que sua família entenderia sua nova condição de fé, mas, ao contrário, eles o prenderam, despiram, açoitaram e o arrastaram pelo povoado. As marcas dos açoites ainda existem. Moussa mal havia se convertido e já estava sendo testado em sua fé, experimentando dor semelhante a de Cristo.

Agora, refugiado cristão

Ele ficou amarrado a um tronco e com um prazo de quatro dias para voltar ao islamismo, ou o matariam. Na noite anterior à execução, um de seus parentes o desamarrou para que fugisse. Pegou suas roupas e foi para a capital, onde passou a dormir nos bancos dos arredores de seu colégio. Depois de alguns dias, um carro da embaixada suíça foi atrás dele. O motorista o chamou e disse: “seu tio quer te matar, você precisa de asilo religioso”. Até hoje Moussa não sabe ao certo como eles ficaram sabendo da sua história. Ele atribui isso ao Espírito Santo que já o estava conduzindo e protegendo.

Na Suíça passou a se chamar como hoje é conhecido, Moussa Diabate, que quer dizer mensageiro da paz/reconciliação. Nessa época ele conheceu a ACN por meio de materiais de evangelização em francês que foram disponibilizados para ele ainda no consulado. Por causa da perseguição, acabou vindo para o Brasil. Aqui, ele fundou uma ONG, o Bom Samaritano, na qual acolhe refugiados. A ONG ajuda refugiados com tradução, aulas de português, conseguindo cursos de capacitação, alimentação, etc. “Temos que capacitar os refugiados, para que quando houver paz nos seus países eles possam voltar, capacitados, para reconstruírem suas vidas”.

O testemunho de Moussa atualiza a história do apóstolo Paulo, cuja conversão celebramos neste mês. A experiência com Cristreo fez com que Moussa passasse de perseguidor para anunciador. Quando o homem abre seu coração para Deus, não existe limites para o amor.

Últimas notícias

3 Comentários

  1. Paula Cristina da Silva Fontesi 28 de março de 2022 at 14:41 - Responder

    Moussa esteve neste final de semana na minha congregação. Homem de palavras firmes, porém muito carismático.

  2. Francisca 26 de janeiro de 2018 at 11:28 - Responder

    Que testemunho maravilhoso. Isso nos edifica, nos fortalece. Em tudo Deus tem um propósito.Deus te abençoe Moussa Diabate…

  3. claudia aparecida dos santos 25 de janeiro de 2018 at 17:12 - Responder

    Que lindo testemunho de conversao que gera frutos,Moussa Diabate é de verdade um apóstolo de nossos tempos,que chegue até ele toda ajuda necessaria.

Deixe um comentário