Shagufta Kiran, uma mulher cristã, foi condenada à morte por supostamente compartilhar mensagens de blasfêmia no Paquistão via WhatsApp. Shagufta, que é mãe de quatro filhos e ex-enfermeira, foi, então, sentenciada no dia 18 de setembro por um tribunal da Agência Federal de Investigação (FIA), em Islamabad. Mas, além da sentença de morte, ela foi multada em 300.000 rúpias paquistanesas (aproximadamente R$ 5.900,00).
A condenação ocorreu três anos após a prisão de Shagufta em Rawalpindi, depois que fizeram uma denúncia de que ela havia compartilhado mensagens consideradas ofensivas ao Profeta Maomé em um grupo de discussão no WhatsApp. Então a sentença foi aplicada sob a Seção 295-C das rígidas leis de blasfêmia do Paquistão, que prevê a pena de morte para insultos ao Profeta.
Recurso contra a sentença de blasfêmia no Paquistão
O Diretor Executivo da Comissão Nacional para Justiça e Paz (NCJP), Naeem Yousaf Gill, declarou à organização ACN: “Estamos profundamente desapontados com a decisão. A justiça não foi feita no caso de Shagufta, e ela levará o caso ao Tribunal Superior. A sentença é excessiva.”
A NCJP, com o apoio da ACN, forneceu assistência jurídica à família de Shagufta e financiou seus honorários advocatícios desde o início do processo. Gill pediu que apoiadores orassem por Shagufta e sua família. Além disso ele reforçou a necessidade de o governo do Paquistão combater a radicalização crescente que leva a esses casos.
Denúncia e defesa
A denúncia foi feita por Shiraz Ahmed Farooqi, que alegou que Shagufta compartilhou conteúdo blasfemo em um grupo de WhatsApp administrado por ele em setembro de 2020. A defesa de Shagufta, liderada pelo advogado Rana Abdul Hameed, afirmou que ela nega ser a autora das mensagens compartilhadas no grupo, chamado “Pure Discussions”.
Após a sentença, Hameed informou que Shagufta está esperançosa em um resultado positivo nos tribunais superiores. Mas ela sente muita falta de sua família e deseja se reunir com eles o quanto antes.
O marido e o filho de Shagufta foram presos junto com ela em 2021, mas foram liberados pouco depois. A ACN continua a apoiar a NCJP, que oferece assistência jurídica e conscientização sobre os desafios enfrentados por cristãos e outras minorias no Paquistão.
Eco do Amor
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