A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, fiel à missão evangelizadora e profética da Igreja, acompanha, com apreensão e senso de corresponsabilidade, a grave crise política e econômica que atinge o país e, mais uma vez, se manifesta sobre o atual momento nacional.

Ao se pronunciar sobre questões políticas, a CNBB não adota postura político-partidária. Não sugere, não apoia ou reprova nomes, mas exerce o seu serviço à sociedade, à luz dos valores e princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja. Desse modo, procura respeitar a opção política de cada cidadão e a justa autonomia das instituições democráticas, incentivando a participação responsável e pacífica dos cristãos leigos e leigas na política.

Neste momento grave da vida do país, a CNBB levanta sua voz para colaborar, fazendo chegar aos responsáveis o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional. Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica. Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações. É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça.

Para preservar e promover a democracia, apelamos para o diálogo e para a serenidade. Repudiamos o recurso à violência e à agressividade nas diferentes manifestações sobre a vida política do país, e a todos exortamos com as palavras do Papa Francisco: “naquele que, hoje, considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão! (…) Ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação, para construir a justiça, a confiança e a esperança ao vosso redor” (Mensagem para a Celebração do XLVII Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro de 2014, 7).

Confiamos o Brasil ao Senhor da vida e da história, pedindo sabedoria para os governantes e paz para nosso povo.
Imaculada Conceição, vosso olhar a nós volvei, vossos filhos protegei!

Brasília-DF, 08 de dezembro de 2015

Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia- BA
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário Geral da CNBB

Últimas notícias

2 Comentários

  1. Gelson José Bolzan 12 de dezembro de 2015 at 10:54 - Responder

    Eu estou plenamente de acordo com a nota da CNBB (08/12/2015, Solenidade da Imaculada Conceição), organismo que representa a Santa Mãe Igreja, Esposa de Cristo – assumidapor Ele por sua morte e ressurreição (Jesus Nosso Senhor é a Nossa Páscoa) – aqui em nossa Pátria, o Brasil, pois quando Ela fala, é o Espírito Defensor (Espírito Santo. Ao contrário de satanás = acusador) que fala. Vamos considerar e refletir o decreto do nosso Sumo Pontífice, o papa Francisco, mediante a bula “Misericordiae Rufus (O Rosto da Misericórdia). Precisamos, e isso é urgente que aconteça, romper e superar a espiral da violência, pois é uma lógica nefasta que se estabeleceu e perdura até os tempos atuais – Jesus Nosso Senhor aboliu essa lógica (Mt 5, 38-42) – romper com a espiral da violência, praticando o amor e o perdão. O ser humano, coroamento da Criação, com o pecado original se desorganizou, se desarmonizou e, portanto, não é capaz de amar. O único remédio para essa doença é ele experimentar e, continuamente, se abastecer do amor que vem de Deus, Ele é a fonte, Ele é Amor (1Jo 4, 16). Como se abastecer? Estando sintonizado com a Sagrada Liturgia a cada dia, aos domingos – dia do Senhor – participar na Eucaristia (Missa), confessar-se sempre e, se estiver doente biofisicamente, receber a Unção dos Enfermos. Na minha vida, constatei que não existe outro endereço que nos faz chegar ao Amor a não ser esse que foi explicado acima. Gostaria de escrever mais, mas vou resumir com duas passagens bíblicas para iluminar esse contexto brasileiro:-

    “Se Iahweh não constrói a casa, em vão labutam os seus construtores; se Iahweh não guarda a cidade, em vão vigiam os guardas.” Sl 126(127), 1.
    “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como munda dá. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.” Jo 14, 27

  2. abelardo calvoso paulon 9 de dezembro de 2015 at 15:37 - Responder

    É INTERESSANTE. QUANDO A CNBB SE PRONUNCIA DESSA FORMA , INFELIZMENTE , NEM TODOS OS BISPOS DO BRASIL APOIAM ESTE TIPO DE PROCEDIMENTO.NUM DOCUMENTO SOBRE ELEIÇÕES, DA PRÓPRIA CNBB, DATADO DO ANO DE 2006, NAS SUA ÚLTIMAS PÁGINAS, PEDE AOS SRS. PADRES, RELIGIOSOS E AOS BISPOS PARA NÃO FAZEREM PROPAGANDA OU TOMAREM PARTIDO POLÍTICO E, MUITO MENOS, USAR A IGREJA PARA FAZER QUALQUER PROPAGANDA.POIS BEM , INFELIZMENTE , O BISPO DE NOSSA DIOCESE, QUE É CONHECIDO COMO BISPO DO PT ( PARTIDO DOS TRABALHADORES ), FÊZ UMA PROPAGANDA NO SANTUÁRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE COMPARANDO A PARÁBOLA DA MISERICÓRDIA DE DEUS, DO FILHO PRÓDIGO, AO BOLSA FAMÍLIA DO GOVERNO FEDERAL.FOI MUITO LAMENTÁVEL E IRRESPONSÁVEL.MUITAS PESSOAS DEIXARAM A IGREJA POR CULPA DELE.MAS ESSE BISPO NÃO ESTÁ NEM UM POUCO PREOCUPADO.ESTÁ HÁ 35 ANOS AQUI E NUNCA TROCARAM DE BISPO ENQUANTO QUE, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP., JÁ VAI PARA O SEXTO BISPO.DEVERIA , A CNBB, FAZER COM QUE OS BISPOS FIZESSEM RODÍZIO E FOSSEM MAIS RESPONSÁVEIS..QUANDO ASSINAM DOCUMENTOS EM CONJUNTO, DEVERIAM TER DISCERNIMENTO E RESPONSABILIDADE PARA CUMPRIREM.REFERENTE ÀQUILO QUE FOI DISCUTIDO E ACORDADO.

Deixe um comentário