“Pensemos se temos dentro de nós o desejo de ser corajosos no testemunho de Jesus. Pensemos nos irmãos e irmãs que hoje não podem rezar juntos, porque são perseguidos; não podem ter a Bíblia porque são perseguidos.” Papa Francisco, 04 de abril de 2014

Este é apenas o editorial do Boletim de Setembro de 2014.
Você pode baixar o boletim na íntegra ao final deste texto (anexo).

 

A revelação cristã nos ensina que podemos descobrir a presença de Deus de muitos modos: através das obras de sua criação, através da sua Palavra presente nas Escrituras, na vida da Igreja, como particularmente através do amor fraterno.

Sou muito grato pelos que, desde minha infância, me ensinaram a contemplar nas obras da criação e no amor aos irmãos a presença escondida do Deus que ama e quer ser amado. É pena que muitos perderam a capacidade de ver, de sentir, de contemplar e de descobrir a presença do imenso amor de Deus na diversidade de suas obras e, principalmente, na presença dos irmãos. Sem dúvida, a perda desta sensibilidade de Deus é uma das graves enfermidades de nosso tempo.

Encanta-me apreciar o belo na diversidade de suas criaturas que explodem em vida. Emociono-me ao ver o cuidado com que os animais cuidam de sua prole, do esmero e da doação com que os pássaros constroem seus ninhos, aquecem os seus ovos e se doam na criação de seus filhotes. Diante disto me pergunto: por que nós, humanos, por vezes, somos tão pobres em nosso amor e compromisso fraterno?

Pelas Escrituras sabemos que o ser humano é o que mais recebeu e recebe o amor de Deus. Toda e qualquer pessoa é uma obra-prima criada por Deus. Nós fomos chamados por Deus para partilhar da plenitude de sua vida divina como sua imagem e semelhança que somos. Deus de tal modo se enamorou e se apaixonou pelas pessoas que quis nos abraçar em nossa própria humanidade na Pessoa de Jesus, seu Filho amado, que se tornou um de nós, viveu nossa vida e se sacrificou até a morte para nos salvar ressuscitando ao terceiro dia.

Como não retribuir este amor? Se esse foi o valor dado por Deus a cada pessoa humana, como não reconhecermos Deus na presença dos irmãos? O amor a Deus e o amor aos irmãos, particularmente aos mais pequeninos e necessitados, deve ser o nosso compromisso maior de cristãos.

Encontramo-nos novamente no mês da Bíblia. A Bíblia é o livro que nos revela o eterno amor de Deus Pai em Cristo no Espírito Santo por nós, pela humanidade. Amor de Deus que se tornou Palavra viva, caminho para nossa perfeita humanização e salvação.

Mas a Bíblia não existe apenas para ser conhecida e apreciada, mas acima de tudo para ser acolhida e amada, tornando-se assim o alimento indispensável em nossa caminhada. É e sempre será na soma de nossa vida com a Palavra de Deus – acrescida da vivência dos sacramentos – que nos transformaremos sempre mais em verdadeiros filhos de Deus e discípulos missionários de Cristo.

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