O Evangelho é repleto de histórias de bondade e amor. Uma destas chamou a atenção de Jesus: uma viúva, sem dizer uma só palavra e em contraste de outros, depositou no cofre do templo apenas duas moedas. A oferta que parecia esmola na verdade foi a maior de todas, pois, como disse Jesus, ela havia dado “tudo o que tinha” (Cf. Mc 12, 41-44).
Mais de dois mil anos separam essa história dos dias de hoje, mas o mesmo amor pela Igreja atualiza o gesto admirado por Cristo. Desta vez, as moedas vieram das mãos de Aparecida de Oliveira, 80 anos, também viúva, e que teve o desafio de criar oito filhos e filhas praticamente sozinha, uma delas, surda e muda.
Com apenas uma aposentadoria para gerir todas as necessidades da família, Aparecida vê faltar algumas coisas no dia a dia, mas o que nunca faltou é o amor ao próximo. Tocada pela realidade da Igreja que conheceu nas páginas do ‘Eco do Amor’, ela, que já fazia sua doação mensal, resolveu se superar em generosidade.
As moedas sagradas
Durante todo o ano de 2023, Aparecida juntou moedas com uma dedicação silenciosa. Cada centavo representava um sacrifício, uma renúncia de algo para si mesma. Ao longo dos meses, a sacola plástica que lhe serviu de cofre, enchia e ganhava status de “sagrada”, como ela mesma descreve: “Aquelas moedas eram sagradas para mim. Não mexia de jeito nenhum. Elas estavam comigo, mas já eram da ACN”.
Em novembro, na tradicional Missa dos benfeitores celebrada no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, Aparecida levou pessoalmente a pesada sacola, sem sequer saber quanto tinha. Era o dia de fazer a sua oferta. Como a viúva do Evangelho, ela não ostentou sua doação, não buscou reconhecimento público. Ao contrário, entregou “seu tudo” discretamente, sem alarde. Aparecida deu a sacola com as moedas nas mãos do Frei Rogério Lima – assistente eclesiástico da ACN Brasil – e, sem pretensão, contou resumidamente a história daquele gesto. Aparecida tocou o coração do Frei, do mesmo jeito que a oferta da viúva fez com Jesus. Assim como Cristo apontou aos Doze o exemplo daquela simples mulher, Frei Rogério compartilhou com a assembleia, na Homilia, o grande tesouro que havia recebido minutos antes da Missa, com aparência de moedas, mas valor de milagre.
Aparecida representa milhares de benfeitores, que também se sacrificam e oferecem o “seu tudo” para ajudar os mais necessitados por meio da ACN. Ela mesma encoraja-os a também confiarem nessa Divina Providência: “Podem dar o que Jesus colocar no seu coração porque Ele não deixa faltar nada”.
Deus tocou o coração da Dona Aparecida que, com suas moedas, levou amor e esperança aos que mais precisam. Que você, nas suas orações, também possa perceber como Deus toca o seu coração para ajudar o próximo.
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