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Amor puro e verdadeiro

Publicado em: janeiro 3rd, 2020|Categorias: Palavra Viva|Views: 598|

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Diante de nós está mais um ano novo. Mas quais são os estímulos que impulsionam a humanidade hoje? Música, cinema e arte são dominados pelo tema do amor. O amor romântico, físico e livre é enaltecido e ilustrado de muitas formas como a força motriz mais potente. Por outro lado, o cristianismo, de acordo com Friedrich Nietzsche, deu a “Eros” veneno para beber. É verdade, diz ele, que Eros não morreu por isso, mas transformou-se em vício. Esse é também o sentimento difundido na sociedade atual: que a Igreja seria hostil ao corpo e ao sexo. Diz-se que o celibato leva à neurose, que o celibato é perverso e hipócrita e deveria ser abolido.

A compreensão cristã sobre o amor e a moral sexual da Igreja representam para o mundo uma provocação. No entanto, entre os primeiros cristãos, os aspectos que impressionaram os pagãos e os motivaram à conversão foram sobretudo o amor fraterno e a pureza moral. Esse modo de vida dos cristãos (celibato e virgindade) representava algo de “extraordinário e inacreditável” para eles, coisa que antes consideravam impossível.

O celibato é sinal de amor e doação

A “lógica” do celibato está voltada para Deus, que é Amor e se revela como verdadeiro Amor. É um amor que se entrega de modo definitivo e total, sempre presente. Portanto, quem não acredita nesse amor tem dificuldades para entender o celibato e também o casamento. Karl Rahner já afirmava em 1968: “A atual crise do celibato tem grande número de razões. (…) Mas se não quisermos nos iludir a nós mesmos, temos de admitir que a razão mais profunda dessa crise está na carência de fé. Nós vivemos num tempo em que só a muito custo o homem consegue compreender a realidade de Deus e a vida eterna. Vivemos em uma época que é caracterizada por chavões como desmistificação e dessacralização, bem como pela tendência de reduzir todo o cristianismo a uma mera condição de relacionamentos interpessoais”.

A Igreja também é sinônimo de serviço da caridade, mas esta é sempre acompanhada pelo testemunho dos mártires, bem como pelo “martírio branco” do celibato. O celibato é um sinal de que o sacerdote não é chamado simplesmente para uma tarefa, uma função, mas antes de tudo para um seguimento pessoal, especial de Cristo. Sua doação pessoal, o “sacrifício” de si mesmo para Deus, o verdadeiro amor que move e aperfeiçoa tudo – é isso que o celibato significa. Caros amigos, que a nossa primeira e mais profunda motivação esteja sempre no amor, puro e verdadeiro amor.

Pe. Martin M. Barta
Assistente Eclesiástico Internacional

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Um comentário

  1. José Marcel Lança Coimbra 14 de janeiro de 2020 at 11:00 - Responder

    O celibato, como na antiguidade cristã e na tradição oriental, não deve ser imposto aos sacerdotes do rito latino, deveria ser uma opção. Cabe aos bispos unidos ao papa, e depois ao papa Francisco, mudar ou não essa legislação. O sacerdócio de homens casados – nas Igrejas orientais – não levou ao desmerecimento para com o celibato e a vida religiosa celibatária, pelo contrário. Como cristão e membro da AIS apoio as decisões do papa francisco, que nesse momento sofre graves e vergonhosos ataques diretos e indiretos, com mentiras e acusações de todo o tipo, por CARDEAIS e grupos poderosos, inclusive por parte de pessoas estranhas ao ambiente católico como Steve Bannon e seu grupo. O Santo Padre sabe que, no momento atual, em determinadas regiões, há uma gravíssima falta de sacerdotes e a ordenação extraordinária de homens casados pode aliviar a falta do “remédio” da Santa Eucaristia. O papa é Francisco, e não, Bento ou os cardeais Sarah ou Burke.

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