Foi em 1987, eu tinha 5 anos, quando meu papai faleceu. Eu não entendia por que as pessoas ao redor estavam tristes e chorando. Lembro que minha mãe me pegou no colo na nossa cozinha e disse que papai havia morrido. Na minha pureza de criança eu olhei nos seus olhos molhados pelas muitas lágrimas e disse: “Só por isso você está chorando, mãe? Ele vai voltar!” Mas, não. Ele não iria mais voltar.
No sepultamento de papai, quiseram que eu o olhasse uma última vez no caixão. Não quis. Preferi brincar de pega-pega durante o enterro com outras crianças. Eu, de verdade, não entendia absolutamente nada daquilo que estava acontecendo ali.
Só depois de algum tempo percebi que o espaço do sofá que papai sempre ocupava estava vazio. A casa estava diferente e agora eu estava sentado naquele lugar que era tão somente dele.
Novembro, mês de finados. Eu nunca precisei deste mês em específico para lembrar da falta que meu pai fez e faz. São poucas as lembranças, sim, mas suficientes para encher os olhos das lágrimas que não vieram quando ele se foi.
Hoje eu entendo melhor a morte. Biológica e Teológica. Mesmo assim, a ausência de papai é real. Iremos nos encontrar na Eternidade, eu sei. A certeza da ressurreição é verdadeiro consolo. Contudo, eu ainda o queria aqui comigo. E isso não é tristeza. É saudade.
Deus te abençoe, querido amigo e benfeitor. Deus abençoe a todos que sentem a falta de alguém que já foi.
Diácono Bruno
Colaborador ACN
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