Quando os judeus ouviram a pregação de Pedro e dos outros apóstolos, perguntaram: “Que devemos fazer, irmãos?” E Pedro lhes respondeu: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos pecados; depois vocês receberão do Pai o dom do Espírito Santo. […] Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa!”(At 2,37-40).
Arrependimento, transformação interior, descoberta do Batismo como fonte da alegria, afastamento do pecado, crescimento na criatura nova, fuga da cultura de morte e da secularização em todas as suas dimensões. Esse é o nosso programa para a Quaresma, para a preparação do “Ano Santo” que se aproxima.
“O que devemos fazer?” Também nós devemos nos perguntar, porque a fé no Evangelho não pode ser reduzida à mera aceitação mental de uma doutrina: para além disso, ela significa uma mudança do comportamento e de toda a existência. A resposta de Pedro se aplica também a nós. É uma resposta que envolve essencialmente três tarefas: o arrependimento, a vida sacramental, o distanciamento da “geração perversa”. Para começar: “Arrependei-vos!” Não nos é dito: discutam, troquem ideias, questionem. Em vez disso, se diz: mudem a partir de dentro, de modo que seu ser e seu agir se conformem progressivamente com o evento da Páscoa.
Salvai-vos desta geração perversa
Depois, a segunda indicação: façam do seu batismo, que é uma realidade viva dentro de vocês, a fonte inesgotável da sua vida de graça: através da participação fiel nos mistérios sagrados, expulsem o pecado e toda incoerência do seu horizonte interior e permitam que cresça dentro de vocês a “nova criatura” (cf. 2Cor 5,17), que o Senhor ressuscitado vai formando através da sua constante efusão pentecostal.
Por fim, São Pedro nos exorta: “Salvai-vos desta geração perversa!” Com “geração perversa” ele certamente não se refere à humanidade como tal, à qual devemos dirigir o ardor da nossa caridade, mas sim àquilo que, na humanidade, se opõe ao plano eterno do Pai: é o espírito da rebelião contra Deus e sua lei.
O “mundo” entendido dessa forma não deve nos intimidar pela sua prepotência, nem nos seduzir com seu fascínio mórbido, nem nos desencorajar com seus triunfos, tão aparentes quanto fugazes. O Senhor já venceu esse “mundo perverso” por meio de Sua Páscoa (cf. Jo 16,33) e, se permanecermos Nele, também nós o venceremos. Que a Santíssima Virgem nos ajude a nos arrependermos e a acreditarmos verdadeiramente no Evangelho!
Card. Mauro Piacenza
Presidente Internacional
Eco do Amor
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Igreja pelo mundo
Sentido de sofrimento é voltar para Cristo, viver aqui na terra o que ele viveu para mim salvar dá morte, nos entregar a ele até o dia que nós chegamos ao calvário.
Tenho muito bom gosto pelas coisas que a acn faz e vem exercendo.
“Onde se encontra sentido para o sofrimento”? Esta pergunta me atravessa e eu não ignoro. E me surge outra pergunta: O que a vida espera de mim?