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Ciclone Chido deixa milhares de desabrigados em Moçambique

Publicado em: janeiro 8th, 2025|Categorias: Notícias|Views: 346|

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O ciclone Chido devastou Cabo Delgado, no norte de Moçambique, na madrugada de domingo, 15 de dezembro. A região foi a mais afetada pela passagem do ciclone, que causou destruição no arquipélago francês de Mayotte antes de atingir o país. Então, com dezenas de mortos e milhares de desabrigados, a população se pergunta: “O que será de nós agora? Afinal perdemos tudo.”

A Diocese de Pemba descreveu o cenário como uma “cena assustadora de destruição”. Além disso, até mesmo os campos de deslocados internos, que abrigam vítimas de ataques terroristas, foram completamente destruídos.

Ciclone Chido teve impacto em diversas dioceses

Na segunda-feira, 16 de dezembro, os primeiros raios de sol revelaram a extensão dos danos causados pelo ciclone Chido. As dioceses de Nacala, Nampula, Pemba, Tete e Lichinga foram duramente atingidas, com relatos de destruição generalizada. Afinal milhares de famílias perderam suas casas, pertences e meios de subsistência, enfrentando agora a incerteza sobre como irão sobreviver.

Mas a Diocese de Pemba, que cobre Cabo Delgado, foi a mais afetada. Então, o bispo local, António Juliasse, relatou a gravidade da situação em mensagem à organização ACN: “Este ciclone foi devastador. É assustador ver a destruição causada pelos ventos fortes em tão pouco tempo. Certamente em nossa diocese, cerca de 50 igrejas foram destruídas ou tiveram seus telhados danificados. Enfim é muita destruição. Mas também temos escolas que perderam os telhados ou cujos pisos foram danificados, além de muitos outros bens que foram devastados. Em Chiúre, todos os telhados dos edifícios na Fazenda da Esperança foram danificados. A destruição foi generalizada”, acrescentou o bispo, pedindo orações pela população da região. A ACN se prontificou a ajudar na restauração dessas estruturas, tão importantes para a Igreja.

Desolação em Cabo Delgado

A irmã Maria Aparecida Ramos, representante da ACN em Pemba, relatou dificuldades para avaliar o impacto total devido à falta de comunicação. “Estamos enfrentando muitas dificuldades. Depois que perdemos contato com Mecufi e enviamos uma moto para buscar notícias”, disse a irmã.

Os relatos de destruição em Cabo Delgado incluem casas destruídas, mortes e famílias desabrigadas. Dessa forma a irmã Aparecida descreveu a situação como “desoladora”, pedindo orações para a região.

Mas outras dioceses, como Nacala e Nampula, também enfrentam dificuldades. O bispo Alberto Vera relatou a destruição nas margens do rio Lúrio, destacando que muitas casas de adobe, escolas e capelas foram devastadas. As estradas, intransitáveis, dificultam o acesso às áreas mais afetadas. Em Chione, Odinepa e Alua, muitas casas de adobe foram destruídas. Uma jovem morreu após uma parede desabar sobre ela em Alua. Então sua mensagem termina com uma frase que bem descreve seu estado de espírito: “Cada foto que recebo é mais angustiante que a anterior.”

A gravidade da destruição do ciclone Chido

O ciclone Chido trouxe ventos de até 260 km/h, expondo a pobreza extrema da região norte de Moçambique. Desde 2017, Cabo Delgado enfrenta uma crise humanitária devido à insurgência terrorista, e o ciclone só agravou a situação.

A população, que havia começado a plantar suas lavouras para evitar a fome no Natal, agora se encontra sem comida, casa ou pertences. A frase “perdemos tudo” ecoa entre os desabrigados.

Apesar disso, a Igreja continua sendo um ponto de acolhimento. Comunidades religiosas e paróquias estão abrigando famílias, mesmo com suas próprias infraestruturas danificadas.

Ajuda humanitária e apelo à solidariedade

A ACN já tem projetos em andamento para apoiar as vítimas de terrorismo e está renovando seus apelos por solidariedade. A organização busca mobilizar doações para reconstruir igrejas, escolas e centros comunitários, essenciais para a recuperação da região.

“Por favor, rezem e ajudem. As necessidades são imensas, e o sofrimento é grande”, reforça a irmã Maria Aparecida.
Com milhares de desabrigados e uma infraestrutura devastada, o norte de Moçambique enfrenta um futuro incerto. A solidariedade internacional será essencial para ajudar essas comunidades a se reerguerem.

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