Em 30 de novembro de 2020, uma mulher cristã de 24 anos foi morta no Paquistão depois de recusar as investidas de um homem muçulmano. Sonia Bibi estava a caminho do trabalho quando foi baleada na cabeça em um estacionamento em Rawalpindi. A polícia iniciou uma busca ao homem para encontrar o assassino, Muhammad Shehzad.

O pai de Sonia, Allah Rakha Masih, disse que nos últimos quatro ou cinco meses Shehzad tinha seguido e assediado Sonia e continuou a fazê-lo depois de ela ter se recusado a casar com ele. Shehzad foi acusado de ameaçar matá-la se ela resistisse às suas exigências e pressionou-a a converter-se. Os pais de Shehzad foram inclusive à casa da família de Sonia Bibi para convencer os pais dela a deixá-lo se casar com ela, mas em vão. Masih relata que a família é cristã há muitas gerações, acrescentando que a filha “era uma verdadeira cristã, forte na sua fé e foi morta por justamente seguir a sua fé cristã”.

O Movimento pela Solidariedade e Paz calcula que todos os anos, no Paquistão, até 1.000 jovens cristãs e hindus – jovens com idades entre os 12 e 25 anos – são sequestradas por homens muçulmanos. A nossa investigação, que sugere que os Cristãos constituem 70% destes casos, descobriu que é provável que [a escala do problema] seja muito maior, uma vez que alguns dos casos nunca são relatados e não progridem através da aplicação da lei e dos sistemas legais. Muitas das jovens são vítimas de estupro, prostituição forçada, tráfico de seres humanos e violência doméstica.

Embora existam casos em que as famílias conseguem libertar as jovens por meio dos tribunais, muitas vezes os tribunais decidem a favor do sequestrador. Isto aconteceu no caso de Maira Shahbaz, uma jovem de 14 anos cujo casamento com Mohamad Nakash Tariq foi confirmado pelo Supremo Tribunal de Lahore em agosto de 2020, apesar das provas que demonstram que a jovem é menor de idade.

Em novembro de 2020, o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, ordenou uma investigação sobre a conversão forçada de mulheres e crianças das comunidades religiosas minoritárias do país.