O vicariato apostólico de Yurimaguas, no Peru, cobre um vasto território de em torno de 70 mil km². Lá vivem vários grupos tribais indígenas, muitos dos quais vivem em extrema pobreza. Em geral, suas pequenas habitações ribeirinhas consistem em simples cabanas com tetos de folhas de palmeira; e que só são acessíveis pelo rio. As estradas não existem e a única assistência médica e apoio educacional que eles recebem são da Igreja. Mas há muito pouco padres para dar assistência a todos estes povoados tão espalhados.
O Bispo Jesus Maria Aristin Seco fala de quantas dessas pessoas jovens destas comunidades enfrentam enormes problemas. “Muitos são de famílias separadas e não têm uma figura paterna ou materna para se guiar. Em geral, eles vivem com avós ou outros parentes. Como resultado deste senso de abandono, eles frequentemente buscam refúgio em gangues, um fenômeno que leva à criminalidade jovem, ao roubo, ao álcool, às drogas e à promiscuidade; o que muitas vezes leva à AIDS”.
Para os que têm acesso à escola, a qualidade do ensino deixa, em geral, muito a desejar. Além disso, muitos jovens têm que trabalhar desde cedo, devido à extrema pobreza de suas famílias.
Yurimaguas tem novas vocações a cada ano
Mas apesar destas difíceis condições, o apostolado das vocações, que foi introduzido no vicariato há alguns anos, está dando frutos reais e trazendo novas vocações a cada ano. A formação do seminário é precedida por uma fase preparatória de dois anos, conhecida como propedêutico. Esta fase possibilita aos jovens preencher falhas em sua educação escolar, antes que eles possam começar a se dedicar ao estudo da filosofia e da teologia.
No momento, há 17 jovens do vicariato em preparação para o sacerdócio. Dez deles ainda estão na fase preparatória do propedêutico, em Yurimaguas; enquanto os outos já estão no seminário maior na diocese de Callao. Os formadores têm que dedicar a eles um grande tempo, cuidado e atenção; e é de muita importância criar um clima de confiança mútua e amor fraternal. É preciso muito cuidado, pois muitos deles não tiveram uma família estável e normalmente cresceram sob circunstâncias difíceis.
Para o bispo, a formação é, afinal, uma das tarefas mais importantes de sua diocese. Seu objetivo é “formar verdadeiros pastores, que sejam genuínos discípulos missionários de Jesus Cristo, seguindo o exemplo da Bemaventurada Virgem Maria”. Ele quer que eles “estejam comprometidos com a nova evangelização, de forma que, transformados pelo evangelho, possam ajudar a construir o Reino de Deus no mundo de hoje”. Pois, como enfatiza o Bispo Seco, “qualquer um que deseje se tornar padre precisa, acima de tudo, ser um ‘homem de Deus’”, para usar as palavras de São Paulo. Ficamos muito felizes de poder apoiar estes 17 jovens em seu caminho para o sacerdócio.
Eco do Amor
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