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Shagufta Kausar: uma luta pela fé

Publicado em: agosto 27th, 2024|Categorias: Notícias|Views: 281|

Shagufta Kausar foi falsamente acusada de blasfêmia e passou quase oito anos na prisão no Paquistão. Durante esse período, ela foi separada de sua família, e seu marido foi espancado e torturado. Eles também foram pressionados a se converter ao islamismo. Agora, livre, Shagufta compartilha em entrevista para a ACN como sua fé a ajudou a suportar essa provação.

Sra. Kausar, a senhora foi injustamente acusada de blasfêmia e, apesar de ser inocente, passou quase oito anos em uma prisão paquistanesa. A senhora finalmente foi libertada. Como é ser cristã no Paquistão?

No Paquistão, há perseguição contra os cristãos. Muitos são injustamente acusados de blasfêmia e encarcerados. Para nós, até as coisas simples do dia a dia são difíceis, porque você pode ser acusado por um vizinho ou, como aconteceu no caso de Sargodha, onde um leiteiro acusou falsamente alguém de queimar uma página do Alcorão.

Como a senhora encontrou forças para suportar tantos anos de encarceramento e separação de seus entes queridos?

Depois de ser acusada – apesar de não possuir um celular – de ter enviado uma mensagem de texto blasfema a um Imam local, fui presa em isolamento. Após ser condenada à morte, sofri com o calor, a fome e a separação da minha família. A única coisa que me alimentava e que se tornou minha fonte de serenidade foi minha fé em Jesus Cristo. Eu li Mateus 6:27: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” Eu meditava e refletia sobre minha fé e me sentia fortalecida por dentro. Eu não estava mais sozinha; Deus estava comigo nessa luta entre a vida e a morte.

Sra Shagufta Kausar , qual foi o impacto de toda essa situação em sua família e amigos?

Quando eu estava na prisão, esperava me reunir com meus filhos, mas por três anos não tive permissão para vê-los. Os meninos foram levados para um centro de proteção estatal. Eles estavam apavorados porque, por serem menores de idade, eram considerados filhos de uma pessoa que havia cometido blasfêmia. Por isso foram tratados com extremo preconceito e mantidos em isolamento. Meu marido, que é deficiente, também foi preso. Na prisão, ele foi pendurado de cabeça para baixo e espancado para que admitisse que cometemos blasfêmia.

Mas éramos inocentes, e não podíamos admitir algo que não fizemos. Fomos pressionados a nos converter ao islamismo, mas recusamos porque valorizamos nossa fé em Jesus Cristo. Meu irmão e minha cunhada fizeram o que puderam para garantir que eu recebesse assistência legal. A União Europeia também trabalhou para provar minha inocência. Tive sorte, mas muitos outros ainda estão na prisão. Se o Paquistão não fizer algo para impedir o abuso dessa lei, haverá muitos mais Asia Bibis e Shagufta Kausers.

Muitos dos nossos benfeitores doam generosamente para ajudar os cristãos no Paquistão. Shagufta Kausar, a senhora tem uma mensagem para eles?

O Paquistão é muito pobre, e os cristãos são os mais pobres dos pobres. Como têm uma fé diferente da maioria da população, acabam sendo discriminados e marginalizados. Se você é cristão no Paquistão e acusado de blasfêmia, nenhum advogado aceitará seu caso de bom grado. Nenhum juiz estará disposto a julgá-lo de maneira justa, porque, no passado, grupos radicais assassinaram advogados ou até mesmo juízes que declararam cristãos inocentes. Isso significa que eles precisam de ajuda financeira para contratar um advogado. Por esses motivos, é difícil para nós sobrevivermos tanto como cidadãos quanto como cristãos. Graças aos benfeitores da ACN e a tantos outros amigos no mundo que ajudam, conseguimos não apenas sobreviver, mas também professar nossa fé.

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