Atualmente, 90% dos sírios vivem na pobreza. As crianças dessa geração nunca viveram um tempo sem guerra. No Líbano, a crise atual começou há apenas quatro anos. Ali, muitas crianças ainda se lembram de tempos melhores. Mas as dificuldades recaíram sobre elas de forma ainda mais dolorosa: hoje, no país que já foi considerado a “Suíça do Oriente Médio”, mais de 70% da população é pobre – uma luta diária pela sobrevivência.

Roupas novas se tornaram um luxo inacessível. Os pais quase se desesperam quando seus filhos, crescendo, ultrapassam o tamanho de seus casacos, calças, blusas ou sapatos. Uma jaqueta custa mais do que os pais ganham em um mês. Até os preços das roupas usadas aumentaram muito. Isso, lembrando que também no Oriente Médio o inverno é extremamente frio.

Religiosas dos dois países querem dar roupas novas para mais de 37 mil crianças. A Irmã Raymonda Saade, das Irmãs de São José de Lyon, no Líbano, enfatiza: “Queremos dar a elas mais do que apenas um presente material. Queremos criar boas memórias que permanecerão em seus corações por toda a vida”. Por isso, também haverá pequenas celebrações com cenas do presépio, canções e catequeses.

A Irmã Annie Demerjian, das Irmãs de Jesus e Maria, na Síria, relata que os presentes são uma bênção não apenas para as crianças e suas famílias, mas também para as costureiras e os alfaiates que os confeccionam. Porque quase não há mais serviço para eles. Para Fadi Ibrahim, o contrato de produção foi “como um milagre”. Ele vive como refugiado em Alepo. Sua neta teria que parar os estudos porque, sem escola pública, a família não podia pagar a mensalidade. “Fadi pediu a Deus que tivesse misericórdia, e no mesmo dia pediram-lhe que assumisse parte da produção”, diz a Irmã Annie. Muitas famílias encontraram uma nova esperança como resultado desse grande pedido.

Convertendo para a nossa moeda, com 70 reais você pode dar um casaco quente a uma criança na Síria. E com 100 reais, uma criança no Líbano receberá, numa pequena celebração, uma roupa nova.